ANNY E SEU RITUAL
Por algum motivo Anny e o namorado se desentenderam.
Todavia Anny continuou na mesma rotina, escalando todos os dias a montanha para sentar no banquinho onde costumava namorar, levando consigo sempre uma cesta cheia de coisas que o namorado mais gostava. Ela ficava lá até dar o horário que costumava ficar com o namorado e depois voltava para sua casa.
Anny passava sempre por mim e cumprimentava, eu nunca tinha coragem de perguntar nada, mas sempre observava seu semblante e percebia que ela não voltava pior e aparentemente parecia até melhor. Eu ficava tentando entender o que se passava naquela cabeça cumprindo aquele ritual todos os dias esperando alguém que nunca chegava.
Certo dia ela acenou para mim, aproveitei para puxar conversa. Então comentei dizendo: Você todos os dias e mesmo horário sobe a montanha e senta naquele banco, ás vezes parece que espera alguém. Me lembra quando você namorava o Pedro. Então ela respondeu:
“Na verdade vou lá apenas constatar a minha convicção de que ele nunca me amou de verdade”. “Essa verdade que sinto na realidade, cada vez que sento naquele banco, aos poucos vai me desprendendo da mais doce ilusão da minha vida”
Só assim eu consegui entender o ritual de Anny.