Asneiras em Família - Parte 18

Essa é da minha irmã, Fabielle.

A Fabe é minha irmã caçula, tenho outras duas: a Carla, que é apenas um ano mais velha que eu (Na infância ela foi minha "doce" companheira de porrada, vivíamos brigando, algumas vezes eu apanhava, outras também, até que fiquei mais esperto e comecei a correr mais rápido. Até com faca ela já correu atrás de mim) e a Andreya, que é quatro anos mais nova (Pela diferença de idade, brincamos pouco juntos. Ela era muito magrinha e esperta, foi difícil acertar aquele tiro com a espingarda de pressão nela na corrida, não me gabo à toa).

A Fabi, no entanto, é bem mais nova que eu, dez anos a menos. Eu vivia minha mocidade, já estava na faculdade e lembro dela ainda criança. Naquela correria toda, não percebi ela crescer, parece que foi de repente, mesmo assim ela não escapou totalmente ilesa. Lembro uma vez, quando ela era ainda bebê, devia ter dois ou três aninhos, estava no colo do meu pai e pediu água. Meu pai mandou eu buscar a água e aproveitar e pegar uma dose de uma pinga envelhecida, "amarelinha" como ele dizia, que de vez em quando, gostava de tomar antes do jantar. Trouxe a dose da pinga "amarelinha", mas no outro copo ao invés de água, coloquei pinga comum, "branquinha", pura e malvada. Foi engraçado, meu pai:

- Toma meu anjinho, a aguinha...

Ela tentava escapar, fazendo careta. Ele insistindo sem entender, todo carinhoso:

- Agora toma, você não pediu pro papai?

Quando ele percebeu minha arte! Rapaz... Queria me pegar de tudo quanto jeito:

- VEM CÁ, MOLEQUE. - gritava querendo me esgoelar.

De certo eu era bobo pra ir!

Também, quem mandou pedir para uma criança ir buscar pinga? Bem feito.

Ainda, como um pai pode tratar assim, de forma tão diferente, dois filhos, isso magoa!

Outra que aprontei com ela:

Era de noite, meus pais já estavam dormindo. Eu estava indo deitar, passei pelo quarto dela e vi quando ela abriu um email que tinha recebido de uma amiga. O email mostrava a foto do fantasma de uma menina num corredor, falava que alguns não conseguiam enxergar, coisa e tal... Eu conhecia o email, vi que ela ela estava com medo e aproveitei, dando uma de inocente:

- O que você "tá" fazendo? Já é tarde.

- Olha isso! Que menina feia, dá medo.

- Que menina?

- A menina da foto!

- Não tem nada ai!

- "Tá" "loco", OLHA AI!

- Não "tó" vendo nada Fabi, "tá" boba?

- CREDO, pelo amor de Deus!

Ela não se conformava, ai é que ficou com medo mesmo. Não queria deixar eu sair do quarto. Quando eu sai, sustentando a mentira, quem disse que ela dormia. Foi acordar minha mãe, dormiu no quarto dela (irmão é pra essas coisas)

Outra, bem mais recente:

Dei um Mikey pra minha filha de presente que tinha um sensor no pé, que quando alguém passava perto dele, falava frases do tipo: "Ei, onde você vai?", "Posso ir com você?", entre outras. Só que percebi que quando apagava a luz, o sensor também acionava. Não deu noutra... Quando foi visitar meus pais, levei o Mikey e de noite, coloquei, sem ninguém perceber, o Mikey debaixo da cama dela. Foi só esperar... Quando ela apagou a luz pra dormir... Só deu ela no quarto da minha mãe:

- AI MÃE, alguma coisa falou comigo no quarto!

Minha mãe foi até lá, convenceu ela que não era nada, ela deitou e quando minha mãe apagou a luz pra ela... Ai as duas assustadas tentavam entender o "fenômeno", a Fabi agarrada na minha mãe... O ruim foi que quando elas encontraram o Mikey debaixo da cama, e perceberam que era ele, não me deram o crédito pela arte, acharam que as crianças esqueceram o Mikey ali. Tive que contar no dia seguinte, cortaram o meu barato, o legal é quando ficam bravas.

Tudo isso foram sustos, brincadeiras, agora sim a asneira.

Minha irmã, quando estava na faculdade de jornalismo, arrumou um estágio numa rádio recém inaugurada em Bálsamo. Logo de cara viram que ela tinha jeito pra coisa, pouco tempo depois ela já tinha seu próprio horário como radialista e de estágio passou a emprego. O programa dela chamava "Boca Loca", era um programa animado, ela brincava muito com o pessoal, fazia sucesso na cidade. Só que a rádio era pequena, contava com pouca gente. Tinha um rapaz que ajudava ela controlando o som, as entradas das músicas, da propaganda; mesmo assim ela teve que aprender um pouco, assim quando ele saia por algum motivo, pra ir no banheiro por exemplo, ela assumia alguns dos comandos.

Naquele dia, de repente, o Sr. Oswaldo, um dos donos da rádio pediu pra ela, que, assim que terminasse uma música que estava tocando, ela entrasse com uma nota de falecimento. Só que a música estava acabando e nada do rapaz chegar. Quando acabou, não tinha como esperar, ela ativou o microfone e um botão que iniciaria a música de fundo pra nota de falecimento, e foi falando. Acontece que a música de fundo não era a esperada, mesmo assim ela continuo com a nota, com um forró dos mais animados no fundo. Sr. Oswaldo veio correndo, mas era tarde demais. Foi a primeira nota de falecimento animada que eu ouvi falar... E a única.

GELComposicoes
Enviado por GELComposicoes em 16/10/2012
Reeditado em 20/10/2012
Código do texto: T3935760
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