A praça

Num certo tempo da vida.

Aqui na minha cidade.

Quando existia paquera.

Pra arranjar namorada.

Havia um lugar perfeito.

Com gente de todo jeito.

A “ praça!.”AH que saudade.

O lugar era tranqüilo.

Muito bem iluminado.

Rapazes em fila indiana.

Na beirinha da calçada.

Observando as donzelas.

Fazendo de passarela.

Aquele pátio encantado.

Na frente tinha o cinema.

A igreja logo ao lado.

No parque de diversões.

Os casais apaixonados.

Musica: só bem romântica.

Com melodia tocante.

Não tinha quem não gostasse.

E se apostasse na sorte.

Receberia o dote.

Na barraca sorteada.

Assim eu me se divertia.

Há aquele que queria.

Desafiar o perigo.

Em um velho trem fantasma.

Tinha o correio elegante.

Com recadinhos picantes.

Apimentando os amantes.

Nas voltas que a roda dava.

E quando a noite se ia.

O que eu sempre dizia.

Semana que vem tem mais.

Oh meu Deus,...

Quanta brandura.

Se inocência ou loucura.

Em tempos de ditadura.

Que existia censura,...,

Mas se andava na rua.

De braços com a liberdade.

Mas tudo na vida passa.

Hoje não tem mais.

A “praça”.

Nem o cinema na frente.

Nem paquera ou namorada.

A musica está mudada.

E a sorte está lançada.

A fé não é mais a mesma.

Igreja tão desfocada.

Vejo que as relações.

Já viraram amizades.

E todo aquele brilho.

Que existiu lá no parque.

São luzes incandescentes.

Que faz tempo,... se apagaram.

ivanilo
Enviado por ivanilo em 04/09/2012
Reeditado em 11/09/2012
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