Asneiras em Família - Parte 8

Eu não lembro de ter sido um menino tão levado. Sei que fiz minhas artes, mas acho que não foram tantas. Quebrei uma vez o vidro de um carro que estava passando com um estilingue, foi mais pra ver o que acontecia, coisa assim. Eu era bem pequeno e não apanhei, também não precisou, bastou meu avô dizer que ia chamar a polícia pra eu cair no choro. Uma vez desengatei o carro do meu avô numa descida, mas também era bem pequeno, nem lembro se chegou estragar alguma coisa. Minha mãe fala que num dos primeiros dias na escolinha eu tranquei algumas crianças no banheiro, só que eu nem me lembro disso. 

Algumas eu lembro bem. Uma vez puxei a cadeira da minha mãe quando ela foi sentar e ela caiu com pernas pra cima no meio da sala. A sala estava lotada, um casal de amigos dos meus pais estavam lá, a filha deles ia se casar e eles queriam que eu fosse pajem, clima formal, os noivos também estavam. Foi engraçado, mas só eu que ri. Dessa vez eu só não apanhei porque a tia Quita logo me socorreu (ela trabalhava em casa, mas pra mim era como uma segunda mãe). Ela me tirou dali e falou pra eu dormir, assim eu não ia apanhar. Funcionou. Alias, fui o pajem, não desistiram.

Minha mãe não dava muita sorte comigo. Lembro uma vez que ouvi ela falando mal da minha avó pro meu pai. Na primeira oportunidade, quando as duas estavam juntas, na cara da minha mãe, contei pra minha avó. Minha mãe ficou perdida, não saia como escapar, ela tentava consertar e eu percebendo as mentiras ficava falando: "Não foi assim não, não foi assim não..." mas isso não foi uma arte, foi sinceridade. Foi igual quando lavei o carro do meu pai com bombril, a intenção era boa, mas quase matei meu pai infantado.

Lembro de algumas brigas com a minha irmã mais velha, uma vez ela pegou uma faca e saiu correndo atrás de mim, tiveram que correr atras dela pra tomar a faca, se não... Uma outra vez, ela jogou um pedaço de tijolo, eu me esquivei e acabou acertando a cabeça do Evandro, um amigo de infância (continua vivo, mas até hoje não regula muito bem. Brincadeira), mas isso tudo não foi culpa minha, foi ela, eu só atentei.

Lembro quando dei um tiro com uma espingarda de pressão na minha outra irmã. Meus pais não deixavam comprar chumbinhos, mas descobri que dava pra atirar com uma semente de uma planta que tinha no quintal da minha avó, o tiro variava muito, eu mirei nas costa, pegou o braço, mas acertei. 

Quebrei o braço pulando na sacaria de arroz na máquina do meu pai (ele era cerealista). Matei uma galinha da minha avó brincando de caçador, mas não fiz isso sozinho, tinha um turma de moleque, eu só dei a idéia. Deu pinga pra minha irmã caçula...

Tem algumas outras, mas são todas assim, bem tranqüilas.

GELComposicoes
Enviado por GELComposicoes em 28/08/2012
Reeditado em 02/09/2012
Código do texto: T3853390
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.