O garçom e o casal de velhinhos

Adentra o caro restaurante

alegre, feliz, radiante,

um casal de velhinhos.

Ele era só cuidados,

os dois juntinhos, abraçados,

e sentam-se num cantinho.

O garçom atento, observando

como o velhinho ia tratando

a velhinha com tanto amor.

Viu que ele puxara a cadeira

numa atitude cavalheira,

era educado o senhor.

Já para atender o pedido

foi de novo surpreendido

com o que ele ouvia:

__ Minha princesa, o que vai ser?

O que que a minha deusa vai beber?

Pode pedir, coração, minha alegria.

A velhinha quis ir ao banheiro.

O velhinho todo brejeiro

a toalete a levou.

Voltou para a mesa, esperando

e o garçom não se aguentando

educadamente, comentou:

Meu senhor, que coisa mais linda

a gente perceber que ainda

existe tanto amor numa relação.

A sua senhora é uma mulher feliz

me diz logo, por favor, me diz

há quanto tempo, juntos, estão?

O senhor a trata com tanta ternura,

na sua voz tanta brandura,

nunca pelo nome a chama.

É coração, alegria, princesa...

Olha, eu tenho toda a certeza

que o senhor muito a ama...

E o velhinho, rindo, respondeu:

Meu amigo, nada disso, é que eu

ando com a memória fraquinha.

Não sei a quanto tempo a conheço,

e na verdade também reconheço

que nem sei o nome dessa velhinha...