DO OUTRO LADO DA RUA (6) – CACHORRO SERELEPE
Hoje cheguei em boa hora à casa de dona Chiquinha, ela está com um resfriado violento, a pobrezinha está febril e por este motivo se encontra acamada. Vou em seguida providenciar um chá de hortelã que a mesma possui no quintal e a faço ingerir com um comprimido anti térmico. Permaneço sentada na beirada da cama por um bom tempo, enquanto a boa velhinha cochila, assim sem demora ela se refaz e começa a papear, o que é seu forte. Estando ali distraídas em um papo gostoso não percebemos a entrada de um cachorro pequeno, com manchas pretas por todo o corpo. Dona Chiquinha o olha assustada e diz:____Serelepe, que faiz aqui, oce veio me visitá arma penada dotro mundo. O cachorro sai correndo, não voltando mais...
Ela começa então a narrar a história do seu cachorro Serelepe. Era um cachorro igualzinho aquele, um cachorro malandro, arredio mas um corisco, era de dar gosto o danado. Quando ela saia pra caçar com seu estilingue lá pras bandas do serrado ele a seguia, não a perdia de vista, saia correndo pra pegar a caça derrubada e se algum boi bravo cismava com ela, se empertigava pra defendê-la.
Um dia, em uma dessas caçadas, ela deparou com uma cobra venenosa enroscada no tronco de uma árvore, tinha o bote preparado pra atacá-la e foi então que Serelepe pulou na frente e num golpe certeiro Chiquinha viu Serelepe enrolado com o corpo da cobra, tendo os olhos esbugalhados e ela sem nada poder fazer, a cobra ia apertando e ele latia mas não podia se mexer, olhava pra ela chorando e devagar foi soluçando até o último suspiro.
Chiquinha saiu correndo pra casa se sentindo covarde, ia gritando e rezando para seu santo padroeiro vir Serelepe salvar mas era tarde demais , agora sem seu cachorro do lado pra que estilingue pra caçar, jogou fora o estilingue e nunca mais foi pro mato para não passar naquele lugar. Após tantos anos, Chiquinha traz Serelepe na memória, por isso sua reação quando viu o cachorro entrando em sua casa.
Minha boa velhinha já mais tranquila do resfriado, foi para o fogão preparar o gostoso cafezinho no bule esmaltado, em seu fogão de lenha.
Dona Chiquinha, diz que já não pode ficar sem minhas visitas, se demoro à aparecer ela fica sismada que vou deixar de ir , tento sempre acalmar com doces palavras, a minha boa velhinha do outro lado da rua.
Hoje cheguei em boa hora à casa de dona Chiquinha, ela está com um resfriado violento, a pobrezinha está febril e por este motivo se encontra acamada. Vou em seguida providenciar um chá de hortelã que a mesma possui no quintal e a faço ingerir com um comprimido anti térmico. Permaneço sentada na beirada da cama por um bom tempo, enquanto a boa velhinha cochila, assim sem demora ela se refaz e começa a papear, o que é seu forte. Estando ali distraídas em um papo gostoso não percebemos a entrada de um cachorro pequeno, com manchas pretas por todo o corpo. Dona Chiquinha o olha assustada e diz:____Serelepe, que faiz aqui, oce veio me visitá arma penada dotro mundo. O cachorro sai correndo, não voltando mais...
Ela começa então a narrar a história do seu cachorro Serelepe. Era um cachorro igualzinho aquele, um cachorro malandro, arredio mas um corisco, era de dar gosto o danado. Quando ela saia pra caçar com seu estilingue lá pras bandas do serrado ele a seguia, não a perdia de vista, saia correndo pra pegar a caça derrubada e se algum boi bravo cismava com ela, se empertigava pra defendê-la.
Um dia, em uma dessas caçadas, ela deparou com uma cobra venenosa enroscada no tronco de uma árvore, tinha o bote preparado pra atacá-la e foi então que Serelepe pulou na frente e num golpe certeiro Chiquinha viu Serelepe enrolado com o corpo da cobra, tendo os olhos esbugalhados e ela sem nada poder fazer, a cobra ia apertando e ele latia mas não podia se mexer, olhava pra ela chorando e devagar foi soluçando até o último suspiro.
Chiquinha saiu correndo pra casa se sentindo covarde, ia gritando e rezando para seu santo padroeiro vir Serelepe salvar mas era tarde demais , agora sem seu cachorro do lado pra que estilingue pra caçar, jogou fora o estilingue e nunca mais foi pro mato para não passar naquele lugar. Após tantos anos, Chiquinha traz Serelepe na memória, por isso sua reação quando viu o cachorro entrando em sua casa.
Minha boa velhinha já mais tranquila do resfriado, foi para o fogão preparar o gostoso cafezinho no bule esmaltado, em seu fogão de lenha.
Dona Chiquinha, diz que já não pode ficar sem minhas visitas, se demoro à aparecer ela fica sismada que vou deixar de ir , tento sempre acalmar com doces palavras, a minha boa velhinha do outro lado da rua.