O SAPO CANTOR

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Recontando Contos Populares

 

Durante toda esta minha vida ouvi muitos causos. Dos que gostei, tem este que vou reproduzir conforme aconteceu. Foi o seguinte:

No tempo em que os animais falavam, certo caboclo, fazendeiro para os lados do sertão de Minas, vendo um sapo que cantava sobre uma pedra, agarrou-o e o levou para os filhos, a fim de que se divertissem.

As crianças, depois de obrigarem o sapo a cantar várias músicas, começaram a maltratar o anfíbio. Por fim, já cansadas de fazê-lo sofrer, decidiram matá-lo.

— Vamos amassar a cabeça do sapo com um pau! – gritavam.

E o sapo respondia:

— Minha cabeça é dura como ferro!

– Vamos rasgar o sapo com faca!

E o sapo:

— Me corpo é fechado pela proteção de São Jorge e nada me mata!

— Vamos esmagar o sapo com uma pedra!

— Isso só irá me fazer cócegas!

— Vamos jogar o sapo na lagoa! – concluíram os meninos.

E o sapo, que era muito esperto, começou a chorar e a implorar:

— Pelo amor de Deus! Na lagoa não! Queimem-me vivo, mas na lagoa não! Se me jogarem na lagoa eu morro rapidinho!

As crianças, mais do que depressa, pegaram o sapo, correram pra lagoa e, felizes pela maldade, jogaram o sapo n’água. O sapo deu um belo mergulho, voltou à tona e, rindo das crianças, gritou: – Seus bobos! Eu sou bicho d’água! Eu sou bicho d’água!

É por esse motivo que, quando os antigos viam alguém recusar algo de que gostasse muito, diziam:

— Esse é sapo com medo d’água... ®Sérgio.

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Se você encontrar omissões e/ou erros (inclusive de português), relate-me.

Agradeço a leitura e, antecipadamente, qualquer comentário. Volte sempre!

Ricardo Sérgio
Enviado por Ricardo Sérgio em 08/07/2012
Reeditado em 19/08/2013
Código do texto: T3767542
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