o carro de boi e o carreiro Jon capitulo 05
Capitulo 05
Daí foi arrumado uma meia dúzia de bancos e caixote o seu Zé Manuel, mesmo sentou na soleira da porta, de sua casa e o seu André começou a falar.
__Bem seu Zé Manuel, o senhor mandou nois embora, e ainda fez isso sem nos dar um só centavo, e amanha na segunda feira, estamos todos sem lugar para trabalhar, e ganhar nosso dinheiro e assim sustentar nossas famílias.
__Eu sei disso, falou o fazendeiro meio acabrunhado, mas acontece que no momento eu não tenho nenhum dinheiro, para dar a vocês, mas tenho arroz e feijão em abundancia, também tenho gordura em abundancia, e lingüiça de porco se precisar nós dividiremos tudo, porque eu sou de fato patrão de vocês porque eu sou o dono das terras, mas fora disso eu também sou amigos de todos vocês, se não fosse os homens da lei ter criado todo esse problema, isso agora não estava acontecendo.
__Calma seu Zé Manuel, nois viemos aqui em paz, e não para brigar com o senhor, e nem cobrar nada, mas sim propor um acordo.
Mas! Que acordo, eu posso fazer com todos vocês meus amigos. __Sempre seu Zé Manuel, nois estamos querendo ser nois mesmo o arrendatário de suas terras.
Quando o fazendeiro ouviu isso ele abriu um grande sorriso, e virando para dentro da casa, olhando para sua mulher disse: __Adelaide aumente aquele bolinho de chuva, e faça mais café que essa prosa aqui com meus amigos vai demorar muito, porque o que eles estão me propondo eu já aceitei, e precisamos por os pontos nos is, e isso demora.
Sua mulher saiu para a cozinha fazer o que o marido pediu, e ele o seu Zé Manuel virou para aqueles homens que ontem eram seus empregados, e hoje seus amigos e quem sabe se amanhã não seriam eles seus arrendatários. E falou, seu André sou todo ouvido.
__Bem! Começou seu André, do jeito que o senhor falou ontem, amanha todos nos estaríamos, sem serviço batendo a cabeça para encontrar um novo emprego, para poder alimentar as nossas crianças no fim do mês, os fazendeiros sabendo de nosso desespero, iriam nós pagar um menor salário ainda, então nois resolvemos, nois mesmo arrendar suas terras e assim toucar tudo o que já esta plantada.
O seu Zé então falou. __Mas acontece que para um arrendatário eu queria vender tudo o que esta plantada, e com esse dinheiro eu poderia pagar tudo aquilo que os home da lei disse; que eu sou obrigado a pagar para cada um dos senhores.
E se eu aceitar o que estão me propondo como vou fazer para pagar essa tal de divida, que eu tenho com vocês, porque dinheiro acredito que vocês também não tem.
__Já pensemos nisso seu Zé Manuel e decidimos, assim que se o senhor quiser, nós só vai dar para o senhor quinze por cento, e não vinte como seu advogado lhe tinha determinado, e assim nois não cobraríamos essa divida, que nois nem sabia que tínhamos esse direito. “Ou melhor” eu sabia por que trabalhei no comercio quase a vida inteira.
O fazendeiro então não esperou que o seu André terminasse o assunto e completou isso mesmo, então suas dividas eu vou pagando com esses cinco por cento por safra, assim esta de bom tamanho para mim, seu André parece-me que o senhor esta falando por todos não é isso.
__É sim senhor, respondeu o seu André, e olhando para os companheiros ele piscou um dos olhos. Então pode fazer as papeladas que eu assino, com muito prazer seu André.
Ai saiu os bolinhos de chuva e o café e todos comeram porque a dona Adelaide era uma excelente cozinheira.
Depois eles saíram da casa do fazendeiro, e cada um começou a voltar para casa, e o seu André, parou meio do caminho para tomar fôlego, já que era meio idoso, e aproveitou e disse.