carro de boi e o carreiro jonn
Capitulo ii
O seu Zé Manuel, o fazendeiro assim que os homens foi embora, ele mandou chamar o seu Jonm, que veio imediatamente ver o que o patrão queria, e este disse: __ Seu Jonm! Eu gosto muito do senhor, mas do jeito que os homens querem que eu faça, num vai dá.
Eles querem que eu lhe pague um salário mínimo, e mais outras coisas, como tempo de garantias, férias, décimo terceiro, aviso prévio, um tar de confins. E somando tudo isso fica difícil para eu manter o senhor e os outros a meu serviço.
__E o carreiro Jonm. Falou mas seu Zé, se o senhor não pode ficar comigo a seu serviço quem vai fazer esse serviço para o senhor. Que com essa idade num vai agüenta fazer tudo sozinho. __E também não vou poder manter os outros empregados não é mesmo, falou seu Jonm.
È isso é verdade seu Jonm, mas acontece que o meu advogado aconselhou-me, que eu devo dispensar esses homens todos. Arrendar minhas terras a vinte por cento para meeiros, e assim eu consigo sobreviver e arrumar dinheiro para pagar os outros empregados, sem me incomodar com outras despesas, e por isso eu gostaria que você fosse embora, quer dizer a partir de hoje você deixa de ser meu empregado.
Na casa da fazenda, você pode ficar mais um tempo, mas depois também terá que sair porque, os meeiros irão usar essas casas para trabalharem nas minhas terras.
Aquilo foi um choque para o coitado do carreiro Jonm, e para todos os empregados que ali trabalhavam, e sustentavam suas famílias, também não foi fácil para o dono da fazenda.
E aos se despedir ambos estavam chorando, e desse jeito ele o seu Jonm chegou a sua casa, e sua cabocla dona Carla, uma mulher muito formosa uma mineira muito bonita, linda mesmo, viu seu marido chegar de cara feia, e ela que nunca vira seu marido de mau humor, todo acabrunhado, o viu, entrar e ir direto para o quarto e deitar, muito acabrunhado, no dia seguinte justo num sábado, logo de manha, quando em outros dias, ele nesse horário já estava com seu radinho de pilha ligado, curtindo um cururu, alegre olhando suas duas juntas de boi de carro, que ainda tinha ganhado do seu patrão o senhor Zé Manuel, a comerem rastoio de milho (rastoio de milho é espigas de milho com palha e tudo) ela foi até a porta do seu quarto e se surpreendeu vendo seu marido que estava chorando, como criança.
Coisa que ela nunca tinha visto coisa igual, e olha que seu caçula já tinha dois anos, e o seu primeiro quatro, eram nada mais ou nada menos que quase seis anos de casada.
Ela deixou por uns momentos ele sozinho, e foi cuidar do almoço, ela tinha matado um frango bem pesado, e estava fazendo uma gostosa macarronada, comida que o seu Jonm adorava muito.
Pós a mesa e abriu uma garrafa de vinho tinto, tinha um vaso com flores do campo, num canto, a casinha deles ficava no meio da montanha da serra do roncador, e da mesa dava para ver a estradinha que ia para a vila, de vês em quando passava um cavaleiro, ou um carro de boi ou até uma carroça, esses eram os únicos veículos daquela época.
Daí ela foi chamar seu marido, e ele respondeu que não queria comer. Ai ela se acercou dele também, deitando na cama e com jeitinho de mulher apaixonada conseguiu saber do que se tratava, o porquê dele estar acabrunhado.
E abrindo um grande sorriso ela lhes disse: __ qual nada meu querido, serviço não é só aqui que tem, e nois não temos medo de trabalho, não, e em qualquer lugar nois vamos viver.
Nois pega aquele encerado que oce tem ai na prateleira, e os nossos tarecos e sairemos daqui, e onde oce arruma serviço, nois arruma uma tenda, e quando o serviço acabar nois se muda, e assim nois vai vive meu querido, por hoje te levanta e vem almoçar.
Essa injeção de animo, que a dona Carla tinha lhe dado no marido, fez com que ele se animasse,