Cegueira

Meus cumpadi eu queria saber docês,

Que nessa vida já sofreram incomodo no zoi

O que é que pode da no homi cegueira?

É que eu me tornei coroné

A troco de viver de zoi bem aberto

E a cada um eu vou preguntar;

Cumpadi Mané Zaroi

Me aresponde rapidin

O que é que cega?

O que é que da cegueira?

Coroné Zoi de Carcará

Eu me acho que é o tar do ódio,

Esse sim, cega.

Da cegueira de matar

E ocê cumpadi Antono Zoin

O que é que cega?

O que é que da cegueira?

O que mais pode cegar o homi?

A usura, coroné!

O poder, querer ter in ânça.

E o que mais, me conte!

Éh! He He he

Também da cegueira coroné,

Quando o cabra passa a noite intirinha

Numa mesa bebendo pinga

E de manhã quando se alevanta,

Vai certin na cegueira de matar a ressaca numa muringa

E ocê cumpadi Zé Vesgo

O que é que cega?

O que é que da cegueira?

O que já viu falar

Da cegueira que dá no homi?

Veja bem coroné!

O desejo em demasia

Vira cegueira também

Não se inxerga o perigo oforecido

Pelo desejo querido

É que nem comer farinha, pra quem sente de asia

Pois bem

E o que mais pode cegar?

Coroné eu já ouvi dizer por aí,

Que o pior cego é aquele que inxerga

E não quer ver

Eu tenho pra mim

Que fala assim

Prumodi que o povo não anda

Nos caminho que Jesus Cristo

Ensinou sigui

Oiando pro sol

Buscando riqueza

Pensando que é uma bola de ouro

Que vai se deitar atrás dos monte ditardinha

Indo pru caminhos na cegueira do poder

Sem saber adonde vai dar

Feito quem deu tonteira

Luiz Brandão
Enviado por Luiz Brandão em 24/06/2012
Reeditado em 09/08/2012
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