Cachoeira do Fundão, próxima de onde aconteceram os fatos.

     
                            Um sonho desastrado


 
          Na década de 70, correu um boato aqui na região. Contava-se que um bandido conhecido como Ramiro da Cartucheira, saía matando todas as pessoas que encontrava pela frente. O povo ficou apavorado na época, principalmente quem morava nas fazendas.
     Nessa ocasião, meu avô ainda solteiro, fazia cerca no meio do mato, debaixo de uma cachoeira, conhecida como Três Bicas. De repente, os cachorros começaram latir, ele se assustou muito ao ver uma enorme cobra cascavel, bem perto dele.
     O dia se acabou, meu avô voltou para casa e após jantar, foi dormir. No quarto, dormiam três irmãos, dois com medo do tal Ramiro da Cartucheira e meu avó ainda cismado com a cobra. De madrugada, começou a sonhar que ainda estava no mato e a cobra corria atrás dele. Nisso começou a gritar dormindo:
     —A cobra! Cuidado!
     Meu tio Nelinho que dormia ali do lado, entendeu: — Acode! Cuidado!
     Na confusão, meu avô começou a subir na cabeceira da cama e se dependurar nas cortinas, pensando que escalava a cachoeira para fugir da cobra e gritava:
     —A cobra! Cuidado!
     Meu tio Nelinho meio dormindo, pensou:
     —É melhor pular e fugir pela janela, do que ser morto pelo Ramiro da Cartucheira. — E assim fez! Saltou pela janela, caiu em cima das roseiras e se arranhou todo. Meu avó ainda sonhando que escalava a cachoeira, pulou em cima do meu outro tio, o Nilzo, que se assustou também e ambos saíram correndo no escuro pelos corredores da casa, trombaram na prateleira de louças e cristais da mãe deles, minha bisavó.
     O meu bisavô Henrique, com raiva daquele barulhão, saiu do seu quarto. Minha bisavô Alzira também ficou muito brava ao acender a lamparina e ver todas as suas louças quebradas e o tio Nelinho todo espinhado pelas roseiras. Jogaram água fria no meu avô para acordá-lo. Então ele contou o causo da cobra para a família, se explicando.
     Na verdade isso foi só um sonho, que todos sonharam juntos. 

*
Autor: Henrique, 9 anos.



                    
               O mosquito, o filtro e o lobo


     Meu tio Vanderlei era muito custoso quando criança e não tinha medo de absolutamente nada. Um dia, ele e seus irmãos ouviram o uivo e meu tio pulou a janela para enfrentar o lobo. Então o lobo rosnou, chegou bem perto dele mostrando os dentes. Na mesma velocidade que o bicho caiu fora, meu tio pulou para dentro e caiu em cima do Tio Evandro quebrando o filtro da vovó Leda.
     Meus avós ficaram bravos e foram até a cidade comprar um outro filtro.
     Quando colocou o filtro novo no lugar, vovó avisou:
     —Não quero nem mosquito pousando nesse filtro heim?
     À noite, tio Vanderlei acordou e foi beber água. Viu um mosquito pousado no filtro novo e lembrou-se do aviso da vovó. Então pegou uma tábua e bateu com toda a força no mosquito em cima do filtro de barro. Imaginem só a confusão...



Autor: Leandro, 10 anos.


Nota: Henrique e Leandro  estão na terceira série do ensino fundamental. Na hora da aula de contos, ambos   prendem a atenção dos colegas  quando contam suas histórias.





 
 
Maria Mineira
Enviado por Maria Mineira em 22/06/2012
Reeditado em 23/06/2012
Código do texto: T3738540
Classificação de conteúdo: seguro