O HOMEM DO SACO
Há muito tempo atrás um homem criava seu filho sozinho, era viúvo e sua mulher havia falecido durante o parto, possuía uma plantação de milho e quase sempre chegava em casa com um saco cheio de espigas de milho nas costas para depois os vender na cidade e o seu passatempo preferido era empalhar animais mortos que achava na estrada.
Em casa, sempre preocupado, perguntava ao filho por onde andava e com quem brincava e o filho lhe dizia que brincava sozinho na beira do rio. O homem o proibiu, com medo de que ele se afogasse, mas o filho era desobediente e sempre ia brincar na beira do rio.
Certo dia o pai estranhou a demora do filho em voltar para casa e decidiu ir atrás dele e se o visse brincando na beira do rio iria lhe dar uma surra para aprender. Chegando lá viu o corpo do filho morto boiando no rio e com muita tristeza recolheu o corpo do filho, o pôs em um saco e voltou chorando para casa.
No caminho vários diziam:- Meu senhor não chore, sua colheita irá melhorar. E ele respondia:-Não carrego espigas de milho mas sim, meu filho que morreu afogado no rio.
O homem gostava tanto do filho que ao invés de enterrá-lo decidiu empalhar o próprio filho e o empalhou na posição de sentado. Todos os dias tirava o corpo empalhado do filho de dentro do saco e o deixava na beira do rio e caminhava para plantação de milho, depois do trabalho pegava o filho e o colocava novamente no saco e seguia o caminho para casa.
E no caminho todos corriam para dentro de suas humildes casas de barro e teto de palha e trancavam as janelas e as portas com medo pois eram um povo bastante humilde e ingênuo. E aquilo se repetiu por vários anos até que o homem morreu de velhice .
E as mães para fazer medo nos filhos desobedientes diziam que o homem do saco iria pegá-los caso não obedecessem.
Fim.