APOTEGMA EM GUARAPUÃ

Edu Simonetti estudante universitário de sociologia, da USP, faz uma visita de estudo ao interiorzão de São Paulo.

Vai até Guarapuã em Dois Córregos perto de Jaú.

Circula pelo campo procurando entrevistar alguém para a sua pesquisa. Encontra um humilde lavrador de enxada na mão trabalhando a terra. Identificam-se…Edu, e seu Floriano.

Edu felicita o lavrador pelo esforço de exercer a Cultura no verdadeiro sentido da etimologia da palavra, de origem “grega” – CULTURA (da terra) - agro e cultura (agricultura).

Ser culto naquele tempo (da antiguidade clássica europeia há mais de dois mil anos) era saber trabalhar a terra. Aliás como em todo mundo mesmo entre os guaranis.

COMER E NÃO SER COMIDO SEMPRE FOI FUNDAMENTAL. (Aliás como hoje em dia, ainda que tenha quem goste de ser comida ou comido).

Mas voltando à estorinha...

Seu Floriano, o lavrador interlocutor de Edu agradece e diz:

…“É isso aí moço. Aqui em Guarapuã se dá duro no cabresto pra comer.

Quem num trabalha num come. Num tem essa frescura do perssoá da cidade, não.

Nois somo os cabra que mata a cobra e mostra o pau!”

Edu, estudante de sociologia fascinado com a sabedoria popular do lavrador diz:

- “Parabenizo seu Floriano. Acaba de refazer um APOTEGMA.”

????

- “O quê??” Vocifera o lavrador.

“A-puta…gue Maín…quê? PqP!!! Vai dizer isso pra quem te pariu!!”

E Floriano sai disparado de enxada em riste contra o estudante Edu Simonetti.

Edu foge sem tempo para explicar o significado da palavra ao humilde trabalhador do campo.

Aqui entre nós: - custava alguma coisa ao estudante Edu simplificar a prosa e dizer DITADO ou dito do povo - para o honesto trabalhador,

em vez de APOTEGMA, - “um palavrão” para definir um pensamento conciso?!

Original de Kuaracy Xamã@ 18 junho 2012.

Kuaracy Xaman
Enviado por Kuaracy Xaman em 18/06/2012
Reeditado em 20/06/2012
Código do texto: T3731095
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