A PONTE DO SACO

Uma ponte ficara famosa em Belo Horizonte, um século atrás: a Ponte do Saco.

Após a cidade ter recebido o título de capital mineira, muitas pessoas para cá se projetaram e muitas indústrias passaram a operar com as tecnologias trazidas pelos imigrantes.

Em 1912, o prefeito atual, querendo impulsionar o comércio, colocou à venda lotes, nas avenidas Paraná e Santos Dumont; ruas dos Caetés, Rio de janeiro, dos Tupinambás e dos Carijós.

A região acomodou grandes comércios de secos e molhados e de rouparia. Um mercado fora inaugurado no centro, nas proximidades.

Do outro lado do Ribeirão Arrudas, fora da avenida do Contorno, os sinais do crescimento já se faziam notar.

O Cemitério do Bonfim fora criado e a região da Lagoinha tomava corpo.

As pessoas que moravam à esquerda das margens do Ribeirão Arudas descendo sentido ao Rio das velhas, ou que transitavam pela rua Peçanha para ganhar o norte à Lagoa Santa, tinham que passar por sobre uma pinguela que servia de conexão ao centro da cidade.

Como o movimento aumentava consideravelmente na capital, os transeuntes passando por sobre essa ponte, levando nos ombros e em suas cabeças as suas compras acomodadas em sacos de aniagem, mais pareciam formigas em fila indiana.

Quem vinha descendo a rua dos Tupinambás, podia observar aquela fileira de pessoas com os sacos de mantimentos transpondo de um lado para o outro por sobre a pinguela que ficou conhecida, como a Ponte do Saco.

Em 1914, a cidade de Belo Horizonte passou por uma de suas maiores enchentes já registradas e, a Ponte do Saco fora arrancada devido a força das águas.

Essa região, hoje, abriga um shopping de um lado e um restaurante popular do outro.

ANTÔNIO CALAZANS