O ESPÍRITO FUGIU (verídico)
Em 1976, havia um grupo de amigos que trabalhavam em uma famosa construtora de Ribeirão Preto-SP, e pela distância, não almoçavam em casa, mas levam uma marmita, e na hora do almoço, esquentavam e comiam juntos em um refeitório improvisado. O tal refeitório era um quarto, com o chão em cimento rústico, a mesa improvisada, banquinhos e um rolo de papel também usado como banco, o telhado bem baixinho de telha de amianto, por isto era um calor infernal. Tânia, Lorice, Zilda, Paulo e Jane todos jovens e apenas o Sr. Olívio, um senhor de uns 55 anos. Todos os dias, eles se encontravam desde cedo para trabalhar, almoçavam juntos e passavam os dias inteiros sempre juntos, porém, sempre na hora do almoço, Zilda começava a falar de ''espíritos'', pois ela dizia ser ''umbandista'', dizia á todos que poderia ''receber um espírito'' e se isto viesse a acontecer, ela pedia aos amigos que rezassem, que não sentissem medo, pois com a reza o ''espírito'' iria embora. Esta rotina manteve-se por muito tempo, até que em certo dia, talvez o mais quente daquele ano, o ''refeitório'' estava infernal, insuportável, todos suavam durante o almoço, e eis que Zilda não parava de falar dos ''espíritos'', e conforme o calor aumentava, mais ela se empolgava e falava dos espíritos, pedia reza, pedia para que não tivessem medo. De repente um barulho ensurdecedor e contínuo como se tivesse ''chovendo pedra'' apavorou á todos e todos saem correndo abandonando o almoço na mesa. Paulo, Lorice e Jane, correram desesperadamente e passaram juntos pela porta de 0,80cm até hoje sem saber como. Com o instinto de sobrevivência, Paulo ao correr, derrubou o rolo de papel, que provocou outro barulho forte e aumentou mais ainda o clima de medo. Tânia ficou para traz e de repente escutou o espírito á chamando que dizia: Por favor, Tâaaaaaaaaaniiiiiiaaaaaaaa me ajuuuudeeeeee, ela olha para tras e vê Zilda ajoelhada debatendo as mãos, o ''espírito'' tinha baixado mesmo pensou ela, aí é que ela correu mesmo, fugiu feito uma louca e não quis saber de reza nenhuma. Lá fora, de repente surge o Sr. Olívio, vermelho de tanto rir, e foi aí que todos compreenderam o que havia acontecido. O Sr. Olívio havia jogado um balde de pedra britada para o alto, e as pedras começaram a cair em cima da telha de amianto, provocando a barulheira, nisto surge a Zilda, com os dois joelhos todos ensanguentados dizendo, gente ninguém me ajudou, eu tive que me arrastar pelo chão até aqui e ninguém me ajudou, nisto o Sr. Olívio ainda vermelho de tanto rir, disse: Hoje sem reza, eu fiz o ''espírito'' sair da Zilda, e a Zilda muito brava disse, gente, e não é que eu mesma tenho medo de espírito. Zilda ficou um mês com os joelhos machucados, e nunca mais se falou em espírito na hora do almoço!