O CASO DA LAMBRETA MALDITA (verídico)
A LAMBRETA ''MALDITA'' (verídico)
Nos idos de 1985, Aristeu mudou-se para São José do Rio Preto-SP, e deixou a família em sua cidade natal, Ribeirão Preto-SP, pois como trabalhava como pedreiro, foi chamado a fazer uma obra que duraria 09 meses, e portanto, não iria levar a família, pois a construtora tinha alojamento para os ''peões'' da obra. Lá se foi ele, e a cada quinze ou trinta dias, viajava para casa nos finais de semana, a fim de ficar com os filhos e a espôsa. Depois de alguns dias trabalhados, um dos seus colegas se serviço, ofereceu ao Aristeu uma televisão usada, mas muito conservadinha, e nosso amigo, imediatamente se interessou, pois poderia passar as horas á noite no alojamento, assistindo o ''Sinhozinho Malta''. Negócio fechado, deu um relógio e mais uma bicicleta á troco da tv. Passado um mese, lá vem o amigo de novo, vendendo uma lambreta, muito bonitinha, usada mas bonitinha. Aristeu interessou-se novamente e depois de muita pechincha, troca a tv, outra bicileta que havia comprado, outro relógio e um valor em dinheiro. Feliz com sua lambreta, Aristeu visitava amigos que tinha feito e curtia uma vida feliz, mas, trinta dias depois, a dita cuja começou a falhar e não pegar de manhã, á noite então era um sacrilégio, a tal lambreta mais era empurrada do que outra coisa. Aristeu vai atrás do vendedor e este havia voltado para o Piauí, sem ter com quem reclamar, Aristeu resolve ''investir na danada'' e a leva á um mecânico. Meus Deus, levei o maior prejuizo disse ele, a lambreta estava condenada e teria que retificar o motor, e o pior, as peças eram italianas, portanto muito caras, ficava mais caro o conserto do que o valor da lambreta. Passados alguns dias, ainda usando a lambreta meio que no improviso, em uma noite chuvosa, lá vem o Aristeu pipocando com a lambreta pela avenida Alberto Andaló, palco da sociedade Riopretense, perto do Automóvel Clube, quando subindo o viaduto da avenida, foi parado pela Polícia que fazia uma operação de fiscalização. Parou, desceu, mostrou os documentos, mas quando chegou nos documento da lambreta, aí a coisa ficou complicada, pois estava sem licenciamento há mais de 05 anos. O policial prendeu a lambreta e começou a aplicar as multas, nisso o Aristeu desesperado, pega a lambreta e no maior esforço, a joga de cima do viaduto, indo espatifar-se lá embaixo, em uma ruazinha que por lá passava. Preso em flagrante, Aristeu foi parar na delegacia, e teve que se explicar ao Delegado de plantão, a sua sorte foi que o dono da construtora era um empresário de muito conceito na região, que mandou um advogado para soltá-lo. Passado algum tempo, depois de ter gasto muito dinheiro com as multas, Aristeu consertou a lambreta e quando estava ficando boa, roubaram ela, que desânimo, depois de muito gastar, roubaram a lambreta. BO lavrado, queixa de roubo feita, passados 30 dias, resolve comprar outra lambreta. Aristeu ficou encantado com uma vermelhinha, lindinha, uma bonequinha, comprou de um ''comerciante.'' Feliz e satisfeito, começou a curtir sua nova lambreta, quando viu um baile e resolveu parar. Entrou, encheu a cara, pegou a lambreta e foi para casa. Gostou tanto do baile, que resolveu voltar na semana seguinte, pois aproximava-se o dia de retornar para casa. Estacionou a sua ''bitela'' bem em frente o baile, do outro lado da rua, e lá foi ele encher a cara, na saída, pegou a lambreta e foi para casa, quando no meio do trajeto, outra batida policial, desta vez ele disse para sí mesmo, estou com tudo, desta vez está tudo em ordem. Apresentou todos os documentos e de repente, preso em flagrante por receptação, a lambreta tinha uma queixa de furto, pobre Aristeu, novamente preso, foi quando o delegado o informou que a lambreta tinha queixa de roubo e havia sido pintada de outra cor, pois a cor original era outra. Até então tudo bem, mas quando o delegado falou o nome do proprietário da lambreta, quase ele morre do coração, pois o nome era, Aristeu Marcos de Lima, ou seja, ele mesmo, pela primeira vez nos anais da polícia civil, tivemos uma vítima e culpado ao mesmo tempo, só podia ser ele, Aristeu o caipira urbano.