A VIAGEM DE FÉRIAS DO CAIPIRA URBANO (verídico)

A VIAGEM DO CAIPIRA URBANO (verídico)

Como não poderia deixar de ser, o nobre e grande caipira urbano Aristeu, resolveu fazer uma viagem com a família, á fim de visitar o primo Jair e a famigerada família, em Planalto-SP, próximo á São José do Rio Preto. Imaginem só, era uma sexta-feira, um frio que Deus mandava, e lá foi o Aristeu, abastecer o seu Fiat 147. Tudo pronto, chegou em casa, carregou o carro com as malas e comida, muita comida, tinha desde farinha até carne, tinha refrigerante de 2 litros e pão, muito pão. Aristeu primeiro foi buscar a tia Cotinha que iria junto, depois a família, sendo a mulher, o filho Archibaldo e a filha Jéssica. Tudo pronto e lá foram eles pela estrada rumo á casa do primo Jair. Duzentos e cincoenta quilometros depois e 5 horas de viagem, exatamente na cidade de Bady Bassit, adivinhem, o 147 quebrou. Chuva, frio, nove da noite e lá estava o Aristeu com a família em plena estrada. Chamou um guincho que carregou o 147 com a família dentro e os levou até Planalto. Meia noite e meia, o guincho descarrega o 147 e a famigerada família em frente a casa do primo, que não foi avisado da ilustre visita e portanto não esperava pelos primos. Aristeu pagou o guincho, e bateu na casa do primo Jair, uma, dua, trez, quatro, cinco vezes e nada. O cachorro latiu, e o vizinho saiu e informou que todos tinham viajado. A surpresa foi do Aristeu e não o primo Jair, mas, como o Aristeu sempre dá um jeito para tudo, resolveu procurar um hotel, pois todos estavam exaustos, a tia Cotinha com dor na coluna e raclamando, a esposa emburrada e os filhos adorando tudo aquilo. Nada de hotel, aliás, nada do hotel, só tinha um e estava lotado. Aristeu triste, voltou para o carro e acabou por ''invadir'' a casa do primo Jair,quase acabando com a comida que tinha trazido, pois teve que ''acalmar'' o cachorro com as carnes e com o pão que tinha. O cão ficou amigo, eles entraram pulando o muro baixinho, e dormiram em cima de uma grande mesa de madeira que ficava na varanda aberta. Sábado, de manhã, nada do primo Jair, Aristeu acendeu a churrasqueira, fez um churrasco no café da manhã,pois todos estavam todos mortos de fome, comeram em cima da mesa que havia sido usada de cama. Dormiram novamente na mesa, á noite, outro churrasco, e o cão junto, comendo e rosnando, todos comeram e dormiram de novo na mesa. Domingo, nada do primo Jair, outro churasco, outro sono e outro churrasco e outro sono. Segunda feira, nada do primo Jair, Aristeu vai atraz do mecânico, conserta o carro e volta para casa com a família exausta. Terça-feira, liga para o primo Jair e nada do primo, quarta ídem, quinta, sexta e nada. Quando foi sábado, conseguui falar com ele pelo celular e contou da invasão que havia promovido com a família em sua casa, pedindo desculpas, e falou também o quanto o cachorro havia dado trabalho, pois acabou com a carne e pão. Neste momento, ''mudo'' de tanto rir, o primo Jair, disse ao Aristeu, que o cão não era dele, aí o Aristeu inconformado, quiz saber, afinal de quem era o cão:

''DO NOVO DONO DA CASA, VENDI A CASA HÁ 03 MESES E O DONO ATUAL, COLOCOU UM CÃO PARA TOMAR CONTA ENQUANTO VIAJAVA''

Agora o ''caipira urbano é o mais novo patriarca da ''família do fi-ri-fim-fim''

Geraldo Cossalter
Enviado por Geraldo Cossalter em 26/05/2012
Reeditado em 23/08/2012
Código do texto: T3689554
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