E O BAND AID NO CALCANHAR
Era o dia de seu casamento e Tito já estava atrasado.
A mãe o apressava:
—Vá se aprontar, menino! A noiva pode chegar atrasada, mas o noivo, não.
Acidentalmente derrubou um vidro no chão do banheiro.
Juntou apressado os cacos, mas um deles ficou no chão e entrou-lhe no calcanhar.
Entreabriu a porta e chamou a mãe:
-Mãe! Me traz um band aid.
A mãe sem se preocupar com o seu machucado, passou-lhe a caixinha e recomendou mais uma vez:
—Ande logo! Já é tarde!
Normalmente ela era muito atenciosa com ele. Em condições normais ia fazer questão de tratar o seu ferimento, mas, aquele não era um dia normal. Era o dia do casamento do filho, evento para o qual ela, sua futura sogra e sua noiva se preparavam ha mais de um ano.
Ele não era muito chegado a festas. Preferia um casamento mais simples, mas qual o homem que consegue demover três mulheres de alguma coisa? A noiva, a futura sogra e a mãe queriam tudo o que achavam que tinham direito.
O ferimento sangrava e doía, mas ele não podia dar atenção a ele, pois havia coisa mais importante para fazer, os seja, aprontar-se para o casamento.
—Não acredito que você ainda não está pronto!
Agora era a noiva que ligou para perguntar se ele já tinha ido para a Igreja.
E o pé sangrando!
Manquitolando chegou a Igreja e dispôs-se a esperar, pois a noiva podia atrasar quanto quisesse.
E começou a maravilhosa cerimonia.
O cortejo com os padrinhos, damas, pajens, o escambal !
E o pé doendo.
Música, flores, a falação do padre e a Bia mais linda do que nunca.
E o machucado latejando.
Por que será que o padre fala tanto se ninguém está prestando atenção?
E o calcanhar sangrando.
Depois de uma eternidade na Igreja, a festa, os convidados reunidos, cumprimentos, brindes, musica, dança, comilança.
E ele mancando, tentando esconder seu desconforto, sorriu, dançou, fez toda sua parte naquela pantomima.
A dor estava insuportável e tudo que ele queria era ir pra casa, deitar na cama e curtir seu dodói.
Mas, tudo tem fim e o suplicio de Tito findou quando se viu a sós com a Bia na suíte nupcial.
Tirou o sapato e ela assustou-se ao ver sua meia encharcada de sangue.
Ajudou-o a colocar outro band aid no calcanhar e de manhã ele já estava bem, pois não há mal que uma boa noite de amor não cure.
* * * * *
Este texto faz parte do Desafio Criativo “E O BAND AID NO CALCANHAR”
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http://encantodasletras.50webs.com/bandaid.htm
Era o dia de seu casamento e Tito já estava atrasado.
A mãe o apressava:
—Vá se aprontar, menino! A noiva pode chegar atrasada, mas o noivo, não.
Acidentalmente derrubou um vidro no chão do banheiro.
Juntou apressado os cacos, mas um deles ficou no chão e entrou-lhe no calcanhar.
Entreabriu a porta e chamou a mãe:
-Mãe! Me traz um band aid.
A mãe sem se preocupar com o seu machucado, passou-lhe a caixinha e recomendou mais uma vez:
—Ande logo! Já é tarde!
Normalmente ela era muito atenciosa com ele. Em condições normais ia fazer questão de tratar o seu ferimento, mas, aquele não era um dia normal. Era o dia do casamento do filho, evento para o qual ela, sua futura sogra e sua noiva se preparavam ha mais de um ano.
Ele não era muito chegado a festas. Preferia um casamento mais simples, mas qual o homem que consegue demover três mulheres de alguma coisa? A noiva, a futura sogra e a mãe queriam tudo o que achavam que tinham direito.
O ferimento sangrava e doía, mas ele não podia dar atenção a ele, pois havia coisa mais importante para fazer, os seja, aprontar-se para o casamento.
—Não acredito que você ainda não está pronto!
Agora era a noiva que ligou para perguntar se ele já tinha ido para a Igreja.
E o pé sangrando!
Manquitolando chegou a Igreja e dispôs-se a esperar, pois a noiva podia atrasar quanto quisesse.
E começou a maravilhosa cerimonia.
O cortejo com os padrinhos, damas, pajens, o escambal !
E o pé doendo.
Música, flores, a falação do padre e a Bia mais linda do que nunca.
E o machucado latejando.
Por que será que o padre fala tanto se ninguém está prestando atenção?
E o calcanhar sangrando.
Depois de uma eternidade na Igreja, a festa, os convidados reunidos, cumprimentos, brindes, musica, dança, comilança.
E ele mancando, tentando esconder seu desconforto, sorriu, dançou, fez toda sua parte naquela pantomima.
A dor estava insuportável e tudo que ele queria era ir pra casa, deitar na cama e curtir seu dodói.
Mas, tudo tem fim e o suplicio de Tito findou quando se viu a sós com a Bia na suíte nupcial.
Tirou o sapato e ela assustou-se ao ver sua meia encharcada de sangue.
Ajudou-o a colocar outro band aid no calcanhar e de manhã ele já estava bem, pois não há mal que uma boa noite de amor não cure.
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