era uma vez, uma menina sem amor
Amores deveriam estar disponíveis em supermercados: sempre olho a data de validade.
“Breno Vasconcelos”
Todos que não a conheciam costumavam vê-la com os mesmos olhos de espanto e acusação. Menina triste, estranha e complicada!
Lucy apesar de seus (vinte e poucos anos) era uma grande conhecedora de mundos, ao menos os dela. Poucas pessoas haviam visto aquela menina que de tão humilde era frágil chorar, pois para Lucy lagrimas serviam para nada mais do que acarretar lembranças.
Sempre tão comum viver para ela mesma que se tornou sozinha, esquecida; Afinal era esse seu objetivo. Para as outras pessoas Lucy era louca “a estranha do beco”, mas apenas ela era conhecedora daquela DOR.
Anos atrás a pobre menina amou, de uma forma dilacerante, desconcertante e assombrosamente perfeita. Amou como nunca; Mas houve um erro de calculo e o amor que era tão TUDO se tornou seu NADA.
Lucy sofreu calada, sozinha e assim continuou sempre só em seu caminho; Sem chorar, sem pedir, sem amar... NUNCA mais amar.
Lucy manteve assim sua promessa e por conta disso foi por “todos” criticada, afinal diziam “eles”: - Quem pode viver sem amar?
No tempo em que Lucy tinha um coração ela não tinha (Chris era o dono) e foi ele também o assassino.
Menina nova, boba, em seu 1° amor; Foi assim, tão rápido como se pisca que tudo aconteceu. Como quem recebe um tiro a queima roupa, ele pôs a mão o mais profundo possível no peito daquela menina tão doce e, segurou com tanto fervor seu pequeno coração, não era possível, ele, ele a amava.
Com um só puxão tudo se desmoronou, a vida não se pôs de “pernas pro ar” ela simplesmente se desfez como confetes de festa, como um Castelo de Areia levado por uma pequena onda.
Enquanto todos viviam a vida de Lucy escorria bueiro a baixo, e aquela menina feliz ficou a sombra da pessoa fria que aquela mulher se tornaria e assim se fez.
O fim da historia não é feliz, ou não tão feliz quanto às histórias tristes sempre são; Lucy nunca mais se entregou; afinal as feridas que havia naquele coração nunca se curaram, ainda restam cicatrizes e aquela sensível marca por cima delas. E a cada lembrança Lucy chora como aquela menininha sozinha no canto do quarto que foi um dia, poucos sabem disso.
Ouvi dizer que todos os dias Lucy cutuca uma feridinha aqui, outra ali pra poder agüentar... E que no lugar do coração arrancado Lucy tem um buraco, um buraco negro; E é ele quem destrói tudo que cai ali. Seja amor, carinho, afeto.
Lucy se tornou vazia, fria e mortalmente sem amor.