Conto real: A GALOPE

Conto real: A GALOPE

Assim que me formei na Escola de Especialistas de Aeronáutica e fui classificado em Manaus, no estado do Amazonas, fiquei realmente muito eufórico. Queria fazer surpresas para todos, mas não consegui, e o meu povo também quando soube, logo, logo se encheu de afobação e vamos preparar a bagagem que você não pode chegar atrasado, afinal de contas o lugar não é logo ali e saíram todos correndo, pega camisa de cá, cueca de lá, toalha, aparelho de barbear, sabonete, pasta de dente,minha mãe, santa mãe, Deus a tenha em bom lugar , fez um daqueles bolsinhos embutidos por dentro de minha calça jeans surrada para que eu escondesse o “malote”: e a enorme mala marrom que ainda hoje sobrevive em casa de uma irmã em região dos lagos,tadinha da mala, ficou tão cheinha, abarrotada, que quase o ziper não consegue realizar sua tarefa.No dia marcado entramos quase todos no carro do meu sogro, um fusquinha azul,que até hoje nem sei como coube tanta gente.Partimos direto para a Base Aérea do Galeão e em chegando lá perguntei ao soldado a que horas o avião com destino a Manaus partiria naquele próximo domingo.O sentinela prontamente nos disse: as sete horas sim senhor.Bem,diante de perfeita comunicação saímos todos um tanto apressados,um tanto tranqüilos, para esperar a chegada do domingo.A tardinha veio chegando e trazendo já bem distante as primeiras estrelas.Fui então preparando a bagagem e trocando de roupa.No fusca entrou a mala, eu, meu sogro,minha sogra e minha noiva.E toma rumo novamente ao Galeão.Chegamos lá as 18:20, quarenta minutos antes da partida.Onde pego o avião que vai para Manaus? - perguntei ansiosamente. Senhor, o soldado respondeu, o avião saiu as sete, mas as sete da manhã. Realmente ele estava certo, eu conseguira confundir 07h00minh com 19h00minh, e fiquei perplexo, com cara de bundão.

Voltamos todos rapidamente para casa e tome providências para a próxima viagem, dessa vez, rodoviária novo rio.Eu não sabia que doía tanto,você atravessar do rio todo o estado de São Paulo, Bahia,Mato grosso.Bem, até Cuiabá eu até agüentei, mas daí pra frente,quem seguiu em meu lugar foi um peão,é,porque eu vendi a passagem

pra ele, já que ele iria bem mais adiante, eu? Eu já tinha ficado em todas as posições possíveis, imagináveis e inimagináveis em uma poltrona.Você acompanhado é uma coisa.Mas era eu e Deus.Imaginou? Eu dormi bem defronte ao aeroporto, desmaiei em um hotel e no dia seguinte embarquei no primeiro avião rumo ao desconhecido.Sim, porque já me diziam que lá eu encontraria a minha tribo. Em lá chegando muitos companheiros logo perguntaram, o que havia comigo; com o meu rosto amarelo, cansado, olhos anuviados, como se eu tivesse vindo do rio de janeiro simplesmente A GALOPE.

Mas conto-lhes um segredo: "Eu faria todo aquele percurso mais uma vez, porque eu amo as estradas, e você conhece cada canto como um conto.É tanta terra, tanta gente que você não imagina.Entrando e saindo, rumo ao conhecido ou desconhecido destino Um dia meu neto ouvirá ou lerá quem sabe esta tola estória.

Mas, quem no mundo, não tem uma mais ou menos parecida?

Carlinhos Real
Enviado por Carlinhos Real em 10/05/2012
Reeditado em 10/05/2012
Código do texto: T3660827
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