o ignorante

Sentado o Nabor afinava

o cavaquinho que tentava

não obedecer ao patrão.

Ao seu lado, escudeiro,

seu fiel companheiro,

Inguinho, o seu irmão.

E um menino levado

corria de lado a lado,

desviando-lhe a atenção.

Assim não tinha jeito.

Nabor valeu-se do direito

de apelar pra valer.

O menino saiu chorando,

mas logo foi retornando

com o seu pai, que quis saber

o que tinha acontecido.

Nabor contou o ocorrido

e pediu compreensão.

O pai, porém, exaltado

sentiu-se desaforado

e partiu pra apelação:

Moço, o senhor é ignorante

a criança neste instante

é só choro e decepção.

_ Moço, eu sou Nabornorante

( falou todo confiante )

Inguinhonorante é aqui o meu irmão.

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