O VALENTÃO

- Meu bem, já está pronta?

Vamos chegar atrasados na festa.

- Já estou pronta, só falta ver onde está Cristina, e podemos ir.

Fábio e Célia foram convidados para uma festa no salão do clube da cidade onde moravam atualmente.

- Muito bem meninas estão bem instaladas?

Cinto de segurança?

- Sim meu bem! Disse sua esposa.

Ao chegarem à festa foram levados para uma grande mesa,

mas Célia não quis ficar lá.

Ela então pegou na mão de sua filha, e encaminharam-se para a mesa de suas amigas. Lá havia outras crianças que Cristina poderia brincar.

Mal haviam-se instalado ao lado de Ivana, Célia percebeu um olhar em cima dela...

Olhou e viu seu marido lhe acenando.

Ela devolveu o olhar e um aceno de mão - como quem diz que está tudo bem.

Conversava animadamente com suas amigas quando percebeu o silêncio na sala...

Todos olharam na direção da porta.

Eis que entra um homem com quase dois metros de altura,

um sujeito arrogante, cheio de empáfia.

Todos ficam olhando para ele, e ver onde se ia sentar.

Estava junto de sua esposa, pelo menos isso, disse sua amiga Ivana.

- Quem é este homem? Pergunta Célia.

- É o Marcelão, um sujeito que todos os homens daqui têm medo.

Ele vive beijando as mulheres de todo mundo.

Ainda bem que não se meteu comigo. Ele é perigoso, Célia.

Animadamente as coisas voltaram ao normal.

Tocavam uma música ao vivo. Alguns casais dançavam na pista. Quando, Ivana percebe que Marcelão caminhava na direção delas.

Ela até tentou avisar Célia, mas não deu tempo.

Ele senta-se à sua frente, e fica olhando seu rosto.

Ela impassível lançou-lhe um olhar que havia aprendido com seu marido.

Mas ele não se deu por vencido, indo em direção a seu rosto diz-lhe baixinho:

- ...Vou-te beijar agora...

- Não vai não!! Diz Célia.

Não se atreva! Você não me conhece, nem tente, ou vai ver do que sou capaz...

Meta-se com a sua mulher!

Ele ri, e vai em direção a seus lábios.

Célia abaixa a cabeça e assim fica.

Foram apenas segundos, pois no mesmo instante ouve-se um quebrar de garrafas no fundo da sala. Alguns copos quebrando-se.

Marcelão levanta-se e vai em direção ao barulho...

Mas antes olha para atras e diz a Célia:

- Ainda não acabei o que vim fazer.

Pode acreditar que até o fim da festa vou beijar você.

Célia o encara quase como que num desafio, e lhe responde:

- Tente, e vai ver o que acontece!

Célia tremia toda quando ele virou as costas.

Ivana foi pegar um copo de água.

Ela percebeu o marido lhe procurando.

Falaram-se e resolveram ir embora.

- Mãezinha, mãezinha quero fazer xixi. Diz Cristina a sua mãe.

- Meu bem desço com a Cris no toalete.

Depois aproveito e passo no supermercado comprar alguma coisa para nosso jantar...

Diz Célia pro marido.

- Está bem querida. Vá então enquanto me despeço dos amigos.

Célia pega na mão da filha e as duas caminham em direção até o fim do corredor.

Lá havia uma escada rolante.

Quando chegam na porta percebem uma grande fila.

- A senhora passa na frente, tem preferência, pois está com uma criança pequena.

- Obrigada. Vamos Cris, que ainda vou passar no mercado.

- Oba! Rejubila a pequena Cristina.

Quando saem do mercado Célia percebe a presença de Marcelão.

Ele avança em direção a ela.

Cristina fica branca.

Sua mãe a manda ir ficar com a moça do toalete enquanto resolve a situação.

Marcelão nem diz nada, simplesmente lhe pega nos braços... Imobilizando-a, levanta-lhe do chão.

Ela nem grita. Somente lhe diz entredentes:

- Larga-me ou vai se arrepender!!

- Vou-te beijar!

É melhor você colaborar, ou então vai ser pior.

Quando digo que quero uma mulher, pode ter certeza de que ela será minha!

Abraça Célia deixando-a quase sem ar.

Num instinto de proteção, com os pés livres e juntos, Célia lhe dá um grande e duplo pontapé nos países baixos.

Ele sentindo muita dor vai caindo devagar de joelhos soltando Célia que corre em direção à filha.

Eis que no instante que Marcelão tenta se levantar aparece Fábio o marido de Célia.

Este lhe dá um tremendo murro em seu queixo fazendo que o mesmo caia para trás, feito um tijolo.

Quem assiste aplaude o acontecido.

Fábio massajando a mão dorida que deu o soco caminha em direção a sua esposa e filha.

Pega na mão das duas, e vão saindo em direção à porta do centro comercial.

- Você está bem querida?

- Sim, meu bem, apesar do susto!

Ivana fala com a amiga:

- Você teve sorte Célia, ele podia ter feito estrago!

- Não, ele não ia conseguir! Sei defender-me.

Agora ele vai pensar duas vezes antes de atacar outra mulher!

- Já chamaram a ambulância. Diz Horácio marido de Ivana.

- Fábio, você quebrou o queixo do sujeito...

Mas também bem feito para ele!

Quem mandou se meter com a mulher dos outros!

Agora quem sabe ele para com isso, e aprende a lição.

A esposa do valentão passa por elas com cara de quem não gostou da situação.

Mas Ivana não deixa barato:

- Vê se você agora amarra seu marido no pé da mesa, e não deixa mais ele se meter com mulher nenhuma...

Ou da próxima vez ele acaba levando uma surra, maior que essa!

A maca vai passando, todos veem o valentão com o rosto todo inchado, e segurando a boca com as duas mãos.

Horácio chama a todos e diz:

- Muito bem "meninas e meninos" que tal agora irmos comer um lanche?

Precisamos de diversão...

Todos vão saindo e conversando animadamente, enquanto a ambulância se afasta.

Silvya Regyn@ Gallanni

15/04/2012

LuxSolar
Enviado por LuxSolar em 16/04/2012
Código do texto: T3616770
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