O CUMPADRE QUE NÃO SABIA DAR O NÓ
Às vezes insisto nesse assunto porque tenho sangue nas veias e não me considero capacho. Tenho um sonho impossível de ver a corrupção zerada em nosso país e pelo menos tento fazer alguma coisa. A mídia agora pegou no pé do senador Demóstenes, já sem partido com coisa que seus antigos partidários não sabiam de suas falcatruas. Tudo parece uma encenação como aquela que o cara que foi encenar o Judas e acabou enforcado de verdade. Só que lá no Congresso, que se diz nacional, eles dão o falso nó de verdade é no pobre povo brasileiro tão ocupado em trabalhar para sobreviver e bancar a vida desses caras. É um absurdo imaginar um cara daquele não ir direto para a cadeia. Antes de eles pensarem em seus deveres vão logo atrás de seus direitos como se o falso direito fosse muito mais forte que seu verdadeiro dever. Para esquecer minha revolta vamos dar uma “espiada” na prosa dos compadres que estão com “cumixão” na garganta:
- Bão cumpade?
- Bamo levano.
- Viu as mais nova lá da tar de capitar?
- Inda não.
- Diz que lá tem uma quadrilha.
- Mais a tar de quadrilha num é essas de assartá os banco?
- Essa é a quadrilha das quadrilha cumpade.
- Cumo anssim?
- Assarta inté onde os guverno fabrica as nota.
- Antão esse povo pega os cobre quinem nóis bebe água na mina?
- Isso memo cumpade, ês pega é na fonte memo.
- Gora intidi cumpade.
- O quê cumpade?
- Quele senadô que tem quela fazendona de café.
- Quela que ês aduba de avião?
- Antão, quando nosso café baxa de preço diz que o home dá cada risadão!
- Caos de quê cumpade?
- Tá torceno pra nóis quebrá e vendê os resto prele lavá esse dinhero da mina lá da tar da capitar.
- Será memo cumpade?
- ...
JOSÉ EDUARDO ANTUNES