As Fortunas de Benzon capitulo 26

Cap26

O Juiz que já tinha entrado no estabelecimento falou. __Induzir alguém a tomar bebida de álcool é crime Valdo. Quanto à cochinha e o leite eu pago.

O vendeiro ergueu a cabeça e viu o Juiz. E disse: __È Dr. Juiz! Foi mais esperto que eu, conseguiu garfar o Benzon primeiro.

__E se não medir bem o que diz senhor Valdo, pode também pegar um bom processo e eu alem de Juiz aposentado sou um bom advogado.

__E Juiz nunca deixa de ser um Juiz. O vendeiro calou se e serviu o Benzon e o Juiz pagou e saíram e voltaram para a casa do Dr. Zacaro.

Lá na casa do Juiz o Benzon lembrou da traição de Mariza. E o Juiz disse.

__Bem Benzon, cá para nos, não foi uma traição, pois do jeito que você estava não tinha a menor condição de você servir ela na condição de marido, você não acha.

__È claro Dr. Juiz eu tinha deixado de ser um homem. __Pois é Benzon é nesses termos que eu falo que mesmo que encontre sua mulher não deve mencionar essas coisas, veja bem, você desgraçadamente caído na bebida, e ela uma mulher nova e bonita, e muito carente essas coisas, que um homem tem que entender, e às vezes até perdoar, são coisas da vida.

Mas quando mencionava em sua filha ele até chorava e o Juiz o confortava dizendo. __Agora tudo mudou Benzon, você é de novo um Homem rico, e pode e deve refazer sua vida, achar sua filha, e viver para ela, ainda mais que hoje ela deve ter uns dezoito anos, deve estar moça e bonita é quase dona de seu narizinho, ficará fácil você trazer ela para o Brasil.

E assim sendo, passou se o domingo e segunda feira amanheu, Benzon acordou cedo, e quando o casal acordou já ouviram a tosse do Benzon e ai o dois levantaram tomaram café e o Benzon estava numa tremedeira, que dava pena, e ele falou para o juiz, essa é a doença de quem bebe, só sara se tomar uma.

O Juiz arregalou os olhos e perguntou. __Você não esta querendo desestir agora Benzon. __Claro que não Doutor ser forte foi uma coisa que aprendi com a minha mãe a irmã Carmela, eu morro tremendo, mas não ponho mais bebida alcoólica na boca.

Nesse momento o relógio da parede tocou nove badaladas, e o Juiz disse.

CAPITULO 26

Almoçaram descansaram um pouco e partiram depois de se abastecer bem de água, pois a região era seca, ali só nascia mandacaru e palmas, às quatorze horas eles partiram, rodaram mais setenta quilometro e ai eles entraram, num sitio de terra recessecada, as planta que encontraram, era palma e mandacaru, dava para ver as casas, ao fundo, eram duas feitas de barrote [casa de barrote é feita de pau entrelaçado e depois coberto de barro dos dois lados].

Duas vaquinhas muito magras, uma delas tinha um bezerro ao pé, uma meia dúzia de galinhas caipiras, o resto era desolação e miséria, para as quatro horas da tarde, o sol era abrasador, queimava como fogo, o carro do seu Ezequias chegou e parou na porta.

Dos casebres, um monte de cabeça apareceu na porta e janelas, ao todo eram oito crianças, dois de sua irmã, o resto de seu irmão, ai apareceu um homem o senhor João irmão de Maria, ele parecia já muito velho acabado mesmo, com falta de dente, demonstrando deficiência de nutrição, atrás do senhor João também saiu uma senhora, também acabada demonstrando muito sofrimento, mas tinha no semblante os traços de que foi mulher muito bonita, estava gestando, já no quinto mês.

O casal Ezequias e Maria, um olhou para o outro, como a dizer que miséria, e ainda esperam mais um filho.

Mas a senhora se mostrava alegre, mesmo não conhecendo as pessoas que estavam em sua porta. Atrás parado na porta uma senhora bem idosa, esta era dona Gertrudes a mãe de Maria.

Maria desceu do carro e abraçou o homem depois a mulher, também sua irmã Dulce e correu para a anciã, chegou abraçou, já chamando de mãe e o João que nada entendia, mas o seu Ezequias explicou.

__ Disse: ela é sua irmã a Maria eu sou seu marido, ai o João mostrou alegria, em ver seus parentes.

Foi mais de meia hora de abraços choro e festa entre eles ai eles entraram na choupana ali exestia algumas cadeiras velhas, uma mesa corroída pelo tempo, num canto um barril (recipiente feito de madeira prensada) cheio d’água lamacenta que eles usavam para beber e cozinhar, num outro canto, um fogão de taipa, com umas panelas grandes, cheios de palma picado, muito miudinho, isso seria o jantar naquele dia.

Maria entrou, já pegou as palmas e jogou, para onde estavam as vacas, que começaram comer com gosto, também pegou, umas vasilhas e pediu às crianças que esvaziassem o barril e colocassem aquela água na vasilha das vaquinhas e depois lavou bem o barril com água limpa e encheu de água, que eles tinham trazido, as crianças quiseram beber daquela água, mas Maria não os deixou e disse: __ Para beber, eu tenho outra e já ela abriu um dos garrafões.

Na panela que estava no fogo Maria ajudado por sua cunhada Elza e sua irmã Dulce, já colocaram arroz e também a carne e no fumeiro, ela já enrolou três quilos de lingüiça, para defumar e as crianças queria, ela deu um pedaço generoso, para cada um, só ali quase foi um quilo, mas lingüiça eles trouxeram muito, eram mais de cinqüenta quilos, pois pensavam em distribuir para os vizinhos da mãe, que também eram carentes.

No fogão a gás ela pós o feijão para cozinhar em panela de pressão, e no mais tardar às oito horas eles estavam jantando, para sua mãe ela fez uma sopa de macarrão com feijão.

As crianças comeram tanto que deu na fraqueza e por isso eles foram dormir mais cedo.

Já os adultos ficaram conversando até alta hora da noite, mas quando chegou à hora de dormir é que foi um drama, eles não tinham condições de hospedar ninguém devido à pobreza, num quarto humilde de piso de terra batida, cama um catri (feito de pau fincado e colchão de palha), mas isso não era

Zé Teodoro
Enviado por Zé Teodoro em 10/04/2012
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