A noite estava linda.
O céu todo estrelado.
O papo rendeu até lá pelas 21 horas.
Ainda sentia na boca o gosto do café com bolo de fubá que dona Rosa serviu depois da reza.
Todos se despediram e pegaram a estrada...
De lamparinas acesas,pegamos a trilha depois da curva pra encurtar o caminho.
E papo vai,papo vem,um vento frio passou nos causando arrepio.
Totonha parou e disse que pressentia algo no ar.
Totonha,tudo pressentia,tudo sabia.
E nos metia medo.
Depois dos causos contados,dizia pra nada temer.
E nos lembrava sempre:
_"Quem pode mais é Deus".E nada mais!
Em silencio seguimos o caminho.
Quando avistamos a casa da madrinha,Totonha nos alertou:
Ouçam,valha-me Deus!
Olhamos em direção do barulho.Trotes!
Um rastro de fogo tomou conta da estrada.
Podíamos sentir o cheiro da poeira de fogo.
Fechei os olhos de medo e rezei.
Não queria ver aquilo de novo...
Quando tudo passou,Totonha fez o sinal da cruz e lamentou:
_Pobre moça,triste maldição.
Lá se foi,trotando noite adentro,sem parar.
Precisava visitar sete arraial até o amanhecer.
Depois do ocorrido,Totonha dirigiu-se a nós dizendo:
_Vamos embora,Já vimos demais por hoje.
_Valha-me Deus.
_Que sina besta.
"Namorar um padre e virar mula sem cabeça".
Estava só no inicio da quaresma.Ainda tinha muito pra acontecer...