O Mineirinho e os Tres Motoqueiros
“... vingança é um prato que se come frio e em silêncio...”
De vez em quando tenho a grata surpresa de receber de meu “Leitorado” contribuições valiosíssimas. Desta vez foi do “Compadre Vanderlei Fonnoff”, de Cordeirópolis-sp, colega e amigo dos tempos do Reino Encantado, de ambos, Ilha Solteira. Aqui fizemos grande fortuna. A dele composta por seus quatro filhos (Eric, Giuliana, Filipe e Nádia). A minha todo mundo conhece e sabe que dou um braço prá contar garganta sobre ela. Pois bem... Numa dessas viagens que Ele e a Primeira Dama, Maria Eli, fizeram prá Minas Gerais, onde a sempre MENINA prá mim, Giuliana, exerce o cargo de Promotora de Justiça, diz ele que ouviu num roda de conversa ou sei lá onde, o seguinte ”Causo”: Todo mundo conhece as qualidades do Povo Mineiro. Não é preciso ficar aqui chovendo no molhado. Como todo Mineiro é maior por dentro, este não fugia da regra e era bem apelidado: MINEIRINHO. Estava ele certa feita, almoçando num balcão de um restaurante de beira de estrada, lá pras bandas de Patos de Minas, quando se ouviu no estacionamento que ficava nos fundos, um infernal barulhão de motos. Isso embora normal não fosse comum. Eis que entra, no estabelecimento, mais parecendo uma cena de superprodução da invasão de bárbaros, três motoqueiros, vestidos à caráter e deixando suas viaturas ostensivamente estacionadas. Máquinas reluzentes, com bruacas de couro que pareciam baldranas que os gaúchos põem em suas montarias em dias de festas, quando desejam aparecer. Em termos de potência deviam ter prá mais de 1 500 cc. Sei lá... Nada entendo de motos, infelizmente, e muito menos de motoqueiros, felizmente. Eram cariocas, e dos grandes. Todos com mais de 1,90 m e pesando mais de 100 kg. Blusões de couro negro, bordados com enfeites de metal brilhantes. Nos brações que tinham mais carnes que um bom leitão, viam-se tatuagens de “Heróis” bárbaros. Capacetes de soldados nazistas prá combinarem com as intenções dos “ilustres cavalheiros”. O primeiro foi direto em direção ao Mineirinho. Parou, fungando alto, apagou o cigarro no bife do nosso herói, e sentando em seguida na extremidade do balcão. Chega o segundo e, fazendo ruído característico prá que todo mundo visse e ouvisse, cospe no copo de refresco que estava ao lado do prato com bife. O último vira de bruços o prato do nosso amigo freguês, e ainda tropeça no pé da mesa, quase levando tudo ao chão. E senta em seguida junto aos seus colegas, amigos, comparsas, cúmplices, asseclas, sabe lá o quê... O Mineirinho, imperturbável, pega o pequeno chapéu de palha e bate com ele na mão como se estivesse abanando. Vai até o caixa, paga conta e desaparece em direção aos fundos onde ficava o estacionamento. Um bom tempo depois os “delicados fregueses” terminam as suas refeições, batem forte nas roupas como se estivem limpando as migalhas. O mais fortão encaminha-se para o caixa, com um mirabolante palito de dentes na boca: ARROUTH!!! Escuta!!! Esse capiau do chapéu de palha que saiu há pouco daqui “num é homem???” ”... Si é home eu num sei não... U qui mi viero há pôco dizê é que ele num sabi guiá, puis fastô a carretona do Scania dele pur riba de treis motonas que tavam estacionada, qui num sobrô nada!!!” (oldack/20/06/011).Tel. 018 3362 1477.