O CAIPIRA E O TATU VOADOR
De volta as sua origens após sua aventura no sertão das gerais. Zé Zabé se instalou como agregado na fazenda de meu Tio.
Estava na hora de colocar os filhos na escola, uma vez que perderam muito tempo La pelas bandas de Unaí metidos no meio do mato. Muito trabalhador o matuto não tinha preocupação com emprego serviço nunca lhe faltou, mas tinha consciência de seu dever em dar oportunidade aos filhos, não os queria vê-los a pagar micos como ele.
Estávamos no mês de setembro e a densa fumaça provocada pelas queimadas da época impedia visualizar o longínquo horizonte. De arado de bois, um companheiro e eu tombávamos a terra para o plantio das lavouras de milho. Enquanto o Zé preparava de enxada uma área ao fundo de sua casa para o plantio de arroz.
De repente um barulho ensurdecedor nos chamou a atenção vinda do lado do leste. Atualmente não seria nada incomum, mas naquela época a mais de meio século atrás raramente ouvia-se um ruído tão intenso uma vez que os veículos automotores eram pouquíssimos e movidos a gasolina a diesel ainda não se usava.
A fumaça nos impedia de identificar o objeto que provocava o barulho infernal. Quando aproximou era um helicóptero passando não muito alto sobre nossas cabeças foi primeiro que eu vi sobrevoando nossa região. Já tinha conhecimento de sua existência somente através de gravuras. Meu companheiro e eu estávamos nos achando, empolgado pelo privilégio de ser agraciados com aquela rara visão, e nem percebemos que Zé vinha correndo em nossa direção. Só demos por sua presença quando ele se apavorado perguntou: - Má-ma oceis viu aquel trem trapaiado ? Qui-qui diabo é aquilo sô? –É o tal do helicóptero Zé nunca viu falar?-Ma-ma pramim era um tatu avuano Ca gaiola, aquel trem pareçeno cum a roda bateno purriba sô quando iscutei o barui achei cu mundo tava acabano!