QUE MAÇADA !!!
QUE MAÇADA !!!
Se a ida para a cidade já fora difícil pelas próprias e definidas circunstâncias, indagações que se fazia o jovem Tschê Guri de como abordar o tal assunto das desculpas que devia àquela prenda, a volta para casa foi pior. Sentia-se o próprio animal encilhado, carregando o peso dos impropérios proferidos por aquela irmã dela. Sentira na própria pele o peso das palavras agressivas e injuriosas que lhe merecera o apelido de “La Bandolera”. Eta mulherzinha metida a besta, tsche!!! Por pouco não apanhara ali mesmo com o mango, que ela, ameaçadoramente, batia contra a própria perna, em flagrante ameaça... e apanhar de mulher era muito feio, ensinara-lhe o velho pai! Teria que se orientar com alguém de como agir em trais situações.
Com o pai não tinha canal de conversas nesse sentido, por seu próprio conceito de educação que herdou dos seus antepassados. Mas ah! Havia seu amigo e confidente que, embora fosse muitos anos mais velho que ele, tinha a mentalidade de um jovem. Era ponderado e econômico nas respostas, porém, generoso nos conceitos e só dizia o que a razão lhe ditava. E era a ele, que já conhecia o seu problema, que faria tais perguntas.
O jovem dirigiu-se para a casa do vizinho que comprara as terras do pai da Katty e foi recebido com eufórica saudação.
– Que bons ventos o trazem ao meu humilde rancho, meu guri?
– Bom dia, Xiru. Preciso conversar contigo. Tens tempo agora?
– Pois olha, tsche, a gente tem tempo todas as horas para a conversa com amigos. Fala, menino?
– Lembra da conversa que tivemos na última vez que estive aqui?
– Se lembro! Foste falar com a guria?
– Fui e quase apanhei de mango.
– O pai dela é tão nervoso assim? Parecia um bom homem quando negociei as terras com ele.
– Não o pai, mas a irmã dela. A prenda Ketty começou a chorar quando pedi desculpas e a irmã dela, que não ouviu a nossa conversa, mas viu a Ketty sair correndo em choro, pensou que eu tinha ofendido ela de novo.
– Aquela é brigona mesmo. Não é por outra coisa que puseram nela o apelido de “La Bandolera”. Mas conta, tsche...
– Tu nem imagina. Tava lá falando com a prenda Katty e me entendendo com ela. Mas quando falei para me perdoar por aquilo que falei no outro dia, sem saber que ofendia as mulheres, ela começou a chorar e correu para os fundos da loja. E quando eu ainda nem me tinha mexido do lugar e me refeito da surpresa, veio a outra e me encheu de lixo.
– Não te preocupes, isso faz parte desse jogo.
– Mas o que faço agora? Nunca mais a Katty vai olhar na minha cara!
O amigo Xiru, colocando o dedo indicador na testa, pensou um pouco e falao:
– Acho que não vai acabar dessa forma! Pois olha tsche, eu acho que não é bem assim! Puxa vida, meu guri, se ela saiu chorando, não há de ter sido por causa da raiva que sentira na hora da conversa anterior. No meu entender, a causa é bem outra. É bem capaz que ela viu no gesto de pedido de perdão, o bom coração que tu tens e não mais viu em ti o guri levado que ela achou que tu era e, neste caso, tenho certeza que é ela que vai te procurar, longe da irmã Bandolera.
– Será. Xiru?
– Sim. Pensa comigo, de ódio é que ela não caiu em prantos. Então...
– Então...? O que eu faço agora?
– ... esperar.
– Mas... se ela não vier?
– Então tu é que vais procurá-la de novo. Mas daí vais contar tudo o que te disse naquele dia sobre o baile.
Tsche Guri foi para casa e retomou seus afazeres normais. Não se preocupou com quantos dias ia demorar até que a guria viesse, pois confiava no amigo. Sempre deu certo o que ele falou.
No dia seguinte ele estava nas suas lides num gramado perto do paiol, quando ouviu os passos de uma pessoa. Olhou para o lado... e era ela.
QUE MAÇADA !!!
Se a ida para a cidade já fora difícil pelas próprias e definidas circunstâncias, indagações que se fazia o jovem Tschê Guri de como abordar o tal assunto das desculpas que devia àquela prenda, a volta para casa foi pior. Sentia-se o próprio animal encilhado, carregando o peso dos impropérios proferidos por aquela irmã dela. Sentira na própria pele o peso das palavras agressivas e injuriosas que lhe merecera o apelido de “La Bandolera”. Eta mulherzinha metida a besta, tsche!!! Por pouco não apanhara ali mesmo com o mango, que ela, ameaçadoramente, batia contra a própria perna, em flagrante ameaça... e apanhar de mulher era muito feio, ensinara-lhe o velho pai! Teria que se orientar com alguém de como agir em trais situações.
Com o pai não tinha canal de conversas nesse sentido, por seu próprio conceito de educação que herdou dos seus antepassados. Mas ah! Havia seu amigo e confidente que, embora fosse muitos anos mais velho que ele, tinha a mentalidade de um jovem. Era ponderado e econômico nas respostas, porém, generoso nos conceitos e só dizia o que a razão lhe ditava. E era a ele, que já conhecia o seu problema, que faria tais perguntas.
O jovem dirigiu-se para a casa do vizinho que comprara as terras do pai da Katty e foi recebido com eufórica saudação.
– Que bons ventos o trazem ao meu humilde rancho, meu guri?
– Bom dia, Xiru. Preciso conversar contigo. Tens tempo agora?
– Pois olha, tsche, a gente tem tempo todas as horas para a conversa com amigos. Fala, menino?
– Lembra da conversa que tivemos na última vez que estive aqui?
– Se lembro! Foste falar com a guria?
– Fui e quase apanhei de mango.
– O pai dela é tão nervoso assim? Parecia um bom homem quando negociei as terras com ele.
– Não o pai, mas a irmã dela. A prenda Ketty começou a chorar quando pedi desculpas e a irmã dela, que não ouviu a nossa conversa, mas viu a Ketty sair correndo em choro, pensou que eu tinha ofendido ela de novo.
– Aquela é brigona mesmo. Não é por outra coisa que puseram nela o apelido de “La Bandolera”. Mas conta, tsche...
– Tu nem imagina. Tava lá falando com a prenda Katty e me entendendo com ela. Mas quando falei para me perdoar por aquilo que falei no outro dia, sem saber que ofendia as mulheres, ela começou a chorar e correu para os fundos da loja. E quando eu ainda nem me tinha mexido do lugar e me refeito da surpresa, veio a outra e me encheu de lixo.
– Não te preocupes, isso faz parte desse jogo.
– Mas o que faço agora? Nunca mais a Katty vai olhar na minha cara!
O amigo Xiru, colocando o dedo indicador na testa, pensou um pouco e falao:
– Acho que não vai acabar dessa forma! Pois olha tsche, eu acho que não é bem assim! Puxa vida, meu guri, se ela saiu chorando, não há de ter sido por causa da raiva que sentira na hora da conversa anterior. No meu entender, a causa é bem outra. É bem capaz que ela viu no gesto de pedido de perdão, o bom coração que tu tens e não mais viu em ti o guri levado que ela achou que tu era e, neste caso, tenho certeza que é ela que vai te procurar, longe da irmã Bandolera.
– Será. Xiru?
– Sim. Pensa comigo, de ódio é que ela não caiu em prantos. Então...
– Então...? O que eu faço agora?
– ... esperar.
– Mas... se ela não vier?
– Então tu é que vais procurá-la de novo. Mas daí vais contar tudo o que te disse naquele dia sobre o baile.
Tsche Guri foi para casa e retomou seus afazeres normais. Não se preocupou com quantos dias ia demorar até que a guria viesse, pois confiava no amigo. Sempre deu certo o que ele falou.
No dia seguinte ele estava nas suas lides num gramado perto do paiol, quando ouviu os passos de uma pessoa. Olhou para o lado... e era ela.