CORAÇÃO DE OURO" O PALHAÇO"

De cidade em cidade em cidade, o circo do Joca rodava a imensidão continental brasileira, levando diversão, cultura, e entretenimento à toda gente.

O circo gannhou statos e sua fama correram os quatro cantos do país, graças ao jovem palhaço, que conquistava a todos, idosos, jovens e crianças, com sua arte, graça, carisma e amabilidade.

Em uma matinê um garotinho de cinco anos roubou a sena em pleno espetáculo gritando pelo nome coração de ouro fazendo referencia ao jovem palhaço. Ele deixou o picadeiro apanhou a criança do colo da mãe e emocionado o beijou. Foi aplaudido de pé, ao afirmar que o bebê acabava de batizá-lo, e que a partir daquele momento, seu nome artístico seria “Coração de Ouro.” E num gesto cristão louvou a Deus prometendo que faria o possível para ter de fato um coração de ouro, beijou o garotinho novamente e o devolveu à mãe. Seu gesto comoveu a população levando milhares de espectadores ao circo durante sua estadia na cidade, e seu nome artístico foi consagrado.

Coração de Ouro era filho de Joca e Maitê, donos do circo, que de inicio foram apenas empregados. Mais tarde se tornaram donos. O casal teve uma história de amor contestada pelos pais de Maitê, um casal milionário que desaprovou seu namoro deserdando a filha, por tê-los abandonado em troca do grande amor de sua vida, partindo com o trapezista Joca.

O filho sempre cobrava da mãe sua origem pelo lado materno, mas, ela desconversava e pedia sua compreensão, dizendo que o assunto maculava seu coração. Obediente ele silenciava e dava o assunto por encerrado para não magoá-la. O casal jamais voltou à terra natal de Maitê, embora soubesse que cessara as perseguições do velho Tiburcio seu pai. A saudade da mãe foi o martírio que ela sempre carregou amargurada e em silêncio.

O circo tornou-se gigantesco e só era suportado por grandes metrópoles onde permaneciam grandes temporadas. E foi numa destas estadias que o palhaço Coração de Ouro brilhou com maior intensidade conquistando numerosos fãs.

Era comum em seus espetáculos o circo fazer pequenos anúncios de utilidade pública, o que, aliás, era uma missão prazerosa do jovem palhaço. Eis que de repente em pleno espetáculo; com circo superlotado, chega ás suas mãos um pequeno anuncio através de mensageiro que viera de um hospital, apavorado pedindo socorro, alguém poderia morrer em questão de horas caso não encontrasse seu tipo sanguíneo. De imediato o palhaço sem fazer alarde desculpou com o publico e se prontificou a atender a solicitação que coincidia com seu tipo sanguíneo “ó positivo.” Doou seu sangue para o senhor que havia sofrido um acidente e passado por complicada cirurgia, salvando sua vida. Voltndo o jovem ao seu trabalho assumiu novamente seu papel de palhaço.

Alguns meses se passaram o circo mudou-se de cidade. Certa noite ao término de um grande espetáculo um casal cujo homem sentado á uma cadeira de rodas permaneceu no recinto. Queriam a permissão para falar com o palhaço Coração de Ouro; quem os atendeu foi Joca o dono do circo. Logo o velho se apresentou; -- boa noite meu senhor, estou honrado em ousá-lo, talvez já tenha visto falar de mim, eu sou o coronel Tiburcio o maior exportador de carnes bovinas e sojas do país. Vim agradecer e gratificar o palhaço que salvou minha vida ao doar-me seu sangue. Na seqüência à apresentação houve a seguinte resposta.

-- Boa noite meu senhor, eu sou Joca... Um trapezista circense que na juventude passou em sua terra natal, e foi duramente discriminado pelo pai de uma senhorita de nome Maitê com quem me casei e tivemos o filho que lhe salvou a vida!

--Dito isto o casal em estado de choque teve um ataque emocional e perderam o sentido. Só voltaram ao normal ao acordarem no dia seguinte, num quarto de hospital cercados pelo carinho dos três Joca Maitê e o neto Coração de Ouro... Mas a situção se agravou conforme diagnosticou o médico ao acordar o odio que durante anos persistiu no coração do milionáro provocou um surto neurotico tão violento revertendo seu quadro clinico que não mais precisou da cadeira de rodas. Começou andar de um lado a outro quarto..

“A partir deste acontecimento, o destino da família fica a critério de cada leitor para dar um final feliz ao conto”.

Agradeço a minha adorável amiga Maith pela bela inteiração que se segue... Obrigado querida você é úm anjo neste paraiso chamdo R. das Letras!

Dona Arlinda voltou a si. Aos poucos as lembranças foram se aclarando e a presença dos três ali naquele quarto de hospital foi tomando sentido.

Será que tudo fora um sonho?

Não. Ali estava a filha querida que um dia partira de casa em busca de sua felicidade, a revelia do pai.

Ela, na ocasião ficara do lado do marido. Por mais que amasse a filha não podia concordar com a loucura que ela estava fazendo.

Loucura? Talvez não, pois ali estavam, ela, o marido e o filho plenamente felizes.

De qualquer forma aquilo se passara a tanto tempo que era melhor esquecer as ofensas, ignorar quem estava com a razão e simplesmente trocar um afetuoso abraço.

Foi o que fez, mas foi interrompida pelos gritos do marido que acabava de acordar:

— Ponham-se daqui, seus vagabundos! Se eu soubesse de quem era o sangue que recebia não teria aceitado. Preferia morrer!

Assustados os três se retiraram.

Passou mais algum tempo.

Aproximava-se o Natal e o circo estava fazendo sua temporada na cidade onde morava a família. .

Dona Arlinda assistia todos os espetáculos e não perdia oportunidade de estar com a filha, o genro e o neto.

O Sr. Tiburcio não queria nem ouvir falar deles, mas na noite de Natal, pouco antes da meia noite sorridente disse a esposa:

- Tenho um presente para você, e abrindo a porta deu entrada para a filha com o genro e o neto.

E para maior surpresa ainda completou:

- Pra que continuar fingindo se tudo que quero e abraçar minha filhota, esse malandro que a tirou de mim e esse neto que me salvou a vida?

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Geraldinho do Engenho
Enviado por Geraldinho do Engenho em 23/01/2012
Reeditado em 27/01/2012
Código do texto: T3456420
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