A Imortalidade e o Livro
Conheci (ou vi pela primeira vez), Joãozinho Giannnasi, se não me engano em 1956, num jogo de futebol no Patrimônio de Roseta. Eu o vi de longe. Estava eu, atrás das travas do gol de entrada e ele na defesa (se não me engano) do outro lado do campo. Lembro-me claramente a imagem de um jovem saudável. Mas que marcou mesmo foi o comentário de um anônimo: Aquele que rebateu a bola é o “Joãozinho Giannasi”. Ele é professor! Isso mexeu com minha curiosidade. Como pode? Ter uma profissão tão importante e com tão pouca idade? Pois bem, neste ano que passou, ele entrou para a Eternidade. Foi fazer parte do time de Cervantes, Camões, Machado de Assis, Jorge Amado e muitos outros de igual importância. Como o conheci num campo de futebol, quero homenageá-lo com um “Causo” sobre o esporte Bretão, narrado por ele em sua Obra: “...Histórias que vivi...e outras que me contaram...”
Conta ele, que, com a mudança do pólo de desenvolvimento de Conceição para Paraguaçu Paulista, devido à alteração do traçado da Estrada de Ferro Sorocabana, foi cristalizando uma rivalidade entre as duas vilas. Fazendo parte das festas de N. S. da Conceição ( 8 de dezembro de 1 927) marcou-se “um combate” futebolístico entre os dois ferrenhos adversários. Para os torcedores do MAFC (Monte Alegre Futebol Clube) a VITÓRIA fazia parte das comemorações. Imagina se um time de pirralhos da pretensiosa “Vilinha” podia ter alguma chance? É importante que se diga que o jogo era penúltima parte dos festejos. O encerramento era a procissão com andores de todos os santos presentes e tendo em destaque o de N.S. da Conceição. Mas vamos ao jogo. A bola era de “Capotão” (Uma esfera de couro preenchida com uma câmara de ar e arrematada por um tento de couro cru, isso fazia com que o esférico não fosse tão esférico assim...). Pois bem, já nos minutos finais da peleja, o “placar” continuava zero a zero, para uma desagradável surpresa do MACF e euforia de Paraguaçu. Bola lançada para o ataque que, ao tocar o chão, todo torta, driblou a defesa do Paraguaçu e caiu nos pés do ataque do MAFC, praticamente dentro da meta adversária, que encheu o pé com tanta força que o tento rompeu-se, fazendo com que a câmara escapasse de dentro do capotão. Aquela foi encaixada pelo goleiro e este entrou no canto esquerdo da última cidadela do Paraguaçu. Foi gol! Entrou no canto (o capotão) esquerdo! Não foi! O goleiro pegou (a câmara)! Isso foi motivo de sobra para uma enorme confusão. Confusão que, depois de muito empurra empurra, regado à palavrões impublicáveis, sobrou pro padre, que era a mais imparcial autoridade presente, resolver (já ansioso prá começar a procissão que estava com um pequeno atraso). E assim veio o veredicto, com sabedoria Sacerdotal: MEIO A ZERO para o time de Conceição. (oldack/18/01/012). Tel. 018 3362 1477.