SETE GRÃO DE MIOLHO CAPITULO 10

Capitulo 10

__Não é questão de pagar, eu estou pensando na sua saúde. __Um só gole não me embriaga e hoje eu quero me apagar. __E porque essa sede de se embriagar.

__Para esquecer das amarguras da vida.

__Mas que amargura, você tem homem, come bem dorme o dia inteiro, ninguém vem lhe cobrar nada, não é como nós, que temos que pagar nossos fornecedores, empregados, taxas dos Governos Municipal, Estadual e Federal e etc:

__Hoje eu nada tenho, mas já tive, mulher e filhas uma família e acabei de ver minha mulher e as duas minhas filhas que passaram aqui agora, e elas não me reconheceram, de primeiro quando eu lhe dava um cruzeiro, elas me abraçavam e hoje eu dei dês cruzeiro e elas, nem me agradeceram, ai quase falando para si mesmo, ele completou também com o carro que ela estava dirigindo, cinco cruzeiro não é nem dinheiro a mesadas delas deve ser uns mil cruzeiros cada uma.

Dona Marta sentiu pena dele e lhes disse: __Eu lhe dou o litro de pinga seu Ezequias, mas se eu fosse você eu não beberia, e ainda dava graças a Deus que sua família esta até melhor do que quando você lhe deixou, o único que esta pior é você, e ainda porque quer, que com sua horta é só parar de beber pinga e trabalhar com afinco, que tenho certeza que sairá dessa com respaldo de uma vida melhor e alem de lhe dar as sementes ainda compro parte de sua produção, pense nisso antes de abrir este litro de pinga.

Ele saiu tocando sua carriola e foi embora chorando pelo caminho, de saudade de suas filhas e de seu passado o tempo em que era feliz, com sua mulher e sua família, no auge de sua profissão.

Já em seu casebre, ele bebeu tudo, quase de um só gole e caio ali duro e dormiu o resto do dia e a noite inteira e assim a vida continuou, por mais de três meses. Um dia ele andava pela cidade, onde um dia ele morou e trabalhou e numa bela construção, exestia uma porção de homens, costurando sacos de milho e se aproximando, ele pediu uns trocados e proprietário daquela casa bonita lhe falou: uns impropérios (repreensão ofensivas, injuriosas) e disse: __Porque não trabalha homem, como eu faço, fiquei rico plantando milho e lhe jogou um punhado de grãos que tinha na sua mão na cara do mendigo.

Mendigo encarou o rico fazendeiro pensou mil coisa que ele podia fazer como inclusive guspir na cara do fazendeiro, mas vingança é um prato que a gente deve comer frio e devagar e ele iria fazer isso e abaixou e catou cada grão de milho e tudo deu sete grãos bonitos e viçosos.

Tornou a encarar o fazendeiro e pensou vou trabalhar muito, mas vou sufocar esse fazendeiro com sua própria fortuna.

De retorno para sua casa de caixote, ele plantou os grãos de milhos em boa cova e bem adubada com estrumes de cavalo, que ele catou ali mesmo no pasto que circundava sua casa e aguou com uma garrafa descartável, que pegou no charco e continuou sua vida de mendigo esmoleiro.

Comendo os restos do restaurante da dona Marta e sua roça de milho deu sete pés muito viçosos e depois de seco ele apurou quase três litros, que escolhido deu dois litros e meios, que ele plantou de novo e assim ele colheu um pouco mais de dois sacos de milho muito viçoso.

Com aqueles dois sacos de milho ali guardado ele achou que precisaria de ferramenta e de terras.

Quando ele foi pegar suas sobras de comida ele falou a dona Marta.

__A senhora não teria ai um enxadão para eu melhorar meu charco e ampliar minha horta para me emprestar.

__Resolveu trabalhar, seu Ezequias, estou contente com essa sua decisão. E lhe arrumou o enxadão e duas enxadas, já usadas e um facão para que ele cortasse os cabos ali no mato onde ele vivia.

Seu Sebastião vinha chegando em sua cadeira de roda ali na cozinha e falou a sua esposa: __marta de lhe um aperitivo para ele almoçar.

E o mendigo respondeu. __Não! Seu Tião, eu não quero mais bebida, quero ver se abandono esse vicio, agora estou com vontade de trabalhar, se tomar um gole posso cair em recaída.

Pegou as ferramenta e a refeição e retornou para sua casa de caixote.

E ainda era cedo, ele pegou e fez uns buracos e valetas e ali com isso ele conseguiu quase secar o charco e ampliou bem sua horta e começou a colher o dobro de verduras que colhia antes.

Já para plantar os quase três sacos de milho ele precisava de mais terras e resolveu ir negociar com o dono do charco onde ele morava.

E para isso ele foi à casa do seu Zico, e lhe disse assim que foi atendido.

__Seu Zico o senhor poderia me arrendar uns três hequitare do seu sitio, ali onde eu já moro de favor do senhor mesmo.

Seu Zico que limpava uma pocilga endireitou o corpo e falou. __Senhor mendigo já me apossou do meu charco e agora quer ampliar a posse em três hequitare em.

__Mas seu Zico isso não é verdade, pois por isso eu estou aqui lhe pedindo para arrendar os três hequitare por três anos e não querendo pegar na mão grande.

De fato ele estava sendo honesto e o seu Zico perguntou? __E o que você vai fazer com essa data de terra mendigo. __Eu vou plantar milho seu Zico.

__Bem! Ver você trabalhando me da alegria mendigo e por isso eu lhe empresto o terreno por três anos e mais tarde eu levo um contrato de comodato para você assinar, (comodato é um contrato em que quem esta usufruindo nada paga ao seu proprietário, e nem o proprietário nada paga para quem o esta usufruindo das terras) assinar você sabe, não sabe. __Sei seu Zico no passado eu era um Artífice: O mendigo voltou para sua casinha de caixote e ficou esperando e de fato a tardezinha o seu Zico compriu a promessa e lá apareceu levando o contrato para ele assinar, esse contrato dava credito para o mendigo trabalhar por três anos sem o risco do mendigo lhe tomar suas terras.

Assim que foi assinado, ele entregou uma folha para o mendigo e outra ficou para ele e foi embora.

Assim já no dia seguinte o mendigo pegou uns arames velhos que exestia por ali e fechou sua gleba de terra e depois foi buscar sua comida e contou que tinha feito um negocio, com o seu Zico e agora ele possuía uma gleba de terra e que ia plantar milho, que estava num bom preço aquele ano.

Zé Teodoro
Enviado por Zé Teodoro em 07/01/2012
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