TERRA Á VISTA

Capítulo 01 - DESCONHECIDO

A era das grandes descobertas, marcou o início do desbrava mento do mundo e toda a expansão do povo europeu pelo planeta. Marcado por grandes nomes e países que enfrentaram os mares e seus perigos , levando a esperança de sua terra natal á descoberta do novo mundo.

O desconhecido despertava o medo e esse sentimento se transformava em imaginação.

Nos mares apenas os fortes sobreviviam e como muitas histórias de heroísmo e bravura essa estava apenas para começar...

Portugal – Século XV

O oceano começara a ser delineado e formatado graças ás grandes descobertas portuguesas durante o século XIV, sendo impulsionados pela Reconquista, Portugal fomentara ainda mais a vontade de explorar as rotas do mediterrâneo achando um caminho alternativo para o comércio.

Com as experiências passadas nas grandes expedições que levaram seus homens ao cabo da Boa Esperança, outro caminho poderia ser viável. Atravessando as águas do Atlântico Sul poderiam chegar ás Índias, que era um dos pontos mais valorosos de produtos e especiarias que eram vendidas e apreciadas pelos europeus.

O sol chegara ao longe do horizonte, os raios se resvalaram e passaram diante do mosteiro manuelino dos Jerónimos refletindo-se em suas janelas em forma de arco. O céu azulado com uma nuvem passageira levada ao vento caminhava sob as cabeças dos mais de 1000 tripulantes formados em fila para escutar a missa comandada pelo bispo de Ceuta, D. Diogo de Cruz.

Ali se passava a corrente da fé e da determinação sobre os jovens e também aos veteranos navegadores que por mais que a rota fosse demarcada e já estabelecida por

outras infantarias , sabiam dos perigos iminentes ao mar aberto.

Pelas ordens do rei D. Miguel I , a missão seria de chegar ao caminho demarcado pelo capitão Vasco da Gama ,alcançando a beirada do Mar do Atlântico Sul.

A missa estava para terminar , a cerimônia despertara a atenção dos moradores da cidade que rodeavam o pátio em frente ao mosteiro.

Em generosas palavras o bispo se ergueu ao palco de oração e fez sua última súplica os céus.

- Ò grande Deus , livrai todos esses homens mortais de sua perdição. Tenta-os ao mais sábios das decisões em quanto navegas. Acenda-te o caminho da luz em direção ao novo mundo. Amém.

Todos abriram os olhos e receberam a energia que provinha dessa oração. Estavam mais preparados do que nunca e esperavam as ordens do Capitão Pedro Álvares Cabral para a partida rumo ao desconhecido.

Ao meio de todos os aspirantes , um homem de mais ou menos 20 anos , pulava de exaltação,já que, pela primeira vez iria para uma aventura sublime, o que parecia ser o seu maior sonho . Seu nome era Diogo Morais de Coimbra , filho de uma artesã e de um ferreiro que morreram á mais de 15 anos em um conflito na fronteira européia . Seu fascínio pela medicina e o estudo de espécies de animais o tornou um amante fiel dos livros. Se fosse para recruta-lo pelo seu porte físico, ele não teria muitas chances de ser selecionado. Com seus braços finos e seu corpo delgado o pequeno rapaz não teria nenhuma utilidade se não fosse pela sua grande inteligência que o fez se destacar dentre todos os outros candidatos.

O batalhão inteiro se posicionou em marcha, os raios solares batiam nos rostos dos exploradores que seguiam firme ao cais. Na beirada do porto , os marujos avistaram o mais belo desfile da mais alta e avançada tecnologia da engenharia da época. Os mastros gigantescos, a proa e no alto a bandeira da coroa portuguesa que dançava ao ritmo do vento. Eram as naus da esquadra da cruz ,com mais de 10 majestosas embarcações, três caravelas e uma embarcação de mantimentos, a maior frota formada para defrontar o Atlântico.

Diogo olhou para o alto e sentiu o seu coração bater mais forte.Suas pernas paralisaram e ele mal podia respirar. Foi vítima de um peso psicológico que afetava principalmente os novatos. A hipótese de morte á mar aberto era quase que certeza para a maioria dos viajantes . Mas não se deixara abater pelo medo, se fosse para morrer pelo seu rei e pelo seu país que assim fosse.

A armada já estava preparada para partir Os comandantes das embarcações dividiram os tripulantes e deram a ordem para embarcarem nos navios designados.

O jovem médico fora selecionado para a nau de El Rei , direcionada pelo vice- comandante da armada, Sancho de Tovar .

O Capitão Cabral, olhou ao fundo a paisagem da imensidão azul,no céu poucas nuvens . Sim, havia chegado o grande momento. Respirou bem fundo e fez o comando:

- Chegou a hora homens, zarpar!

Diário de bordo 9 / 10 / 1500

‘‘Saudosos são meus companheiros que compartilham o mesmo sentimento que o meu. O aperto em meu peito é igual ao peso de toneladas de esperanças e sonhos em minhas costas. Levamos a honra da nossa gloriosa pátria,minha terra santa.

Está chegando a hora da missa e eu estou partindo .Que o nosso rei Miguel e Jesus Cristo nos auxilie em nossa jornada.’’

Diogo de Coimbra

Don Duarte
Enviado por Don Duarte em 27/12/2011
Código do texto: T3409192
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.