O Roubo do Cone

Éramos adolescentes quando nos ocorreu a brilhante ideia de roubar um cone de trânsito.

Hoje parece besteira, mas no passado também era, e só fizemos isso por sede de aventura, e por principalmente não ter mais o que fazer.

Estava chovendo, aquela chuva lenta e constante. Ainda usávamos o uniforme do colégio. Seis crianças de quinze anos bolando um plano para roubar o cone da auto-escola.

Rondamos todo o local. Não tínhamos armas e não planejávamos machucar ninguém. O esquema era cru, simplesmente pegar o cone quando ninguém estivesse vendo e sair correndo sem sermos pegos. Achávamos o plano sem erros e o executamos.

Nós nos formamos estrategicamente. Dois andavam em direção ao cone (fingindo conversar um com o outro), e três parados bem longe olhando e esperando o sinal.

Digo que ocorreu tudo muito rápido, pois os dois já corriam com o cone nas mãos gritando: "corre!", rindo com o sangue apostando corrida nas veias.

Corremos feito loucos uma rua inteira. O plano era infalível (era o que achávamos).

Paramos para respirar, de mãos nos joelhos e corações acelerados. E tal foi o espanto quando vimos que estávamos sento perseguidos. Três garotos corriam em nossa direção.

Éramos coelhos sendo caçados por cães ferozes que queriam nossas cabeças.

Largamos o cone no meio da rua e passamos a correr.

Se fomos pegos? Isso eu não posso dizer, só posso dizer que nossa carreira de ladrões de cone começou e terminou ali.

Bruna Morgan
Enviado por Bruna Morgan em 18/12/2011
Código do texto: T3394620
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