O Roubo do Cone
Éramos adolescentes quando nos ocorreu a brilhante ideia de roubar um cone de trânsito.
Hoje parece besteira, mas no passado também era, e só fizemos isso por sede de aventura, e por principalmente não ter mais o que fazer.
Estava chovendo, aquela chuva lenta e constante. Ainda usávamos o uniforme do colégio. Seis crianças de quinze anos bolando um plano para roubar o cone da auto-escola.
Rondamos todo o local. Não tínhamos armas e não planejávamos machucar ninguém. O esquema era cru, simplesmente pegar o cone quando ninguém estivesse vendo e sair correndo sem sermos pegos. Achávamos o plano sem erros e o executamos.
Nós nos formamos estrategicamente. Dois andavam em direção ao cone (fingindo conversar um com o outro), e três parados bem longe olhando e esperando o sinal.
Digo que ocorreu tudo muito rápido, pois os dois já corriam com o cone nas mãos gritando: "corre!", rindo com o sangue apostando corrida nas veias.
Corremos feito loucos uma rua inteira. O plano era infalível (era o que achávamos).
Paramos para respirar, de mãos nos joelhos e corações acelerados. E tal foi o espanto quando vimos que estávamos sento perseguidos. Três garotos corriam em nossa direção.
Éramos coelhos sendo caçados por cães ferozes que queriam nossas cabeças.
Largamos o cone no meio da rua e passamos a correr.
Se fomos pegos? Isso eu não posso dizer, só posso dizer que nossa carreira de ladrões de cone começou e terminou ali.