O MACUMBEIRO
O MACUMBEIRO
Soraia saiu do trabalho na “Avenida dos Boxes” seguiu direto para casa. Sentia cólica, a moça filha de Agenor, “O louco”, aquele que nas segundas feiras ia para o meio do povo dizer que se arrependesse de seus pecados. A feira de Tobias era grande. Um mar de gente. Muitos sonhos, poucas certezas. O povo vinha de todos os lugares do município, e até de outras cidades e estados. A fé de Agenor era maior que a feira de Tobias. Por isso o homem pregava a Salvação.
Contudo Soraia, sua Filha do meio, pois, ela era a segunda filha do casal, a que nascera quando seu pai se convertera, ou enlouquecera, estava namorando um rapaz que era macumbeiro. Isso a dava muita dores de cabeça. Seu pai não aceitava o romance.
- Menina, você não sabe que os feiticeiros não herdarão o Reino de Deus! Disse Agenor com ar de quem sabe o que diz.
- Eu sei meu pai, mas, eu gosto de Venceslau. Não consigo tirá-lo da cabeça! Disse a menina com os olhos marejados.
- Então, se você já conhece a verdade, ela vai te libertar dessa paixão do diabo. Concluiu teologicamente seu Agenor.
Enquanto os dois conversavam, um rato de grande porte entra em um buraco cavado na parede de blocos da casa velha de Agenor. Os ratos aproveitavam quando as pessoas estavam na calçada para fazerem a festa com o que sobrava da refeição da família. Acho que toda casa deve ter ratos. Eles estão a onde os homens vivem.
- Pai, e se ele se convertesse? Se de repente ele visse o erro, e deixasse a macumba, e se tornasse um de nós?
- Seria uma benção minha filha! Mas, este caso é muito raro. Os feiticeiros tem parte com o demônio. E este não os deixa livres. Quando eu prego na feira, vejo quantos estão perdidos, sem rumo, sem direção. Só a nossa fé tem a verdade de Jesus. Os evangélicos são a verdadeira Igreja de Cristo porque obedecemos as Escrituras. Um rato miúdo, do tipo calunguinha foi até perto dos dois e deu uma olhada rápida. O rato, logo correu de volta para o seu buraco. Parecia apavorado.
Era uma sexta feira, o dia em que pai e filha estavam sós em casa e conversaram na calçada como é o costume da terra. Todavia a conversa com Agenor não convenceu a jovem Soraia de deixar o rapaz esotérico. Naquela mesma noite quando seu Agenor se recolhia com sua esposa, Soraia foi até a Praça do Cruzeiro ver o seu amor.
- Venceslau, por que você não deixa a macumba e vem comigo para a igreja?
- Meu bem, eu te amo, mas, não posso deixar meu Pai de Santo na mão. Eu tenho compromissos no terreiro e não posso abandoná-los.
- Que compromissos são esses, Venceslau! Isso é tudo macumba! É feitiçaria! Gritou a menina desconsolada. Aquela noite os dois não se beijaram, nem trocaram afetos. A noite foi sem graça, apenas a tristeza e a expectativa de uma separação.
No sábado pela manhã Venceslau tinha um amaci para aprontar com seu Pai de Santo. Seu Domingos era um negro que viera de Feira de Santana tentar a vida em Tobias. Os negócios fracassaram e restando-lhe somente a fé nos Orixás para sobreviver. Era um homem de caridade. Sua idade avançada não dificultava o seu trabalho, no entanto, isso não lhe desobrigava da necessidade de ter alguém de sua confiança para passar os conhecimentos de sua religião. O homem não tinha filhos. Sua mulher era idosa e cega. Passava o tempo inteiro rezando pelas almas aflitas.
- Meu véio! Dona Maria Conga tem uma palavra.
- E é minha véia?
Venceslau chegou cedo ao terreiro, fez as obrigações e foi ter com seu Domingos.
- Seu Domingos: Estou triste com uma situação.
- Qual meu filho? Perguntou seu Domingos com sua voz doce. A voz de seu Domingos parecia com a voz de um preto velho vivo, encarnado. O povo da redondeza dizia que o velho era “um preto velho vivo”.
- Minha namorada é evangélica e quer que eu deixe o terreiro para ficar com ela. Estou triste, pois, considero a religião dela legítima. Então, por que a minha não é? Dizem que servimos ao diabo.
- Meu fio: A forma como as pessoas julgam as coisa e as outras pessoas nem sempre vê com clareza. Passa muitos sentidos que lhes são obscuros. Deus é um só. Ele é a fonte suprema de onde emanam todas as virtudes e bondades possíveis. Ele é o arquiteto do Universo.
- Eu sei meu pai. Desde criança que sua pessoa me conta das lendas dos orixás. De Deus emanam sete raios. E estes raios são as manifestações de Deus para os homens e toda a natureza.
- Então, meu fio.
Venceslau saiu mais em paz. Não podemos dizer o mesmo da pequena Soraia. Seu pai a aguardava para saber qual foi a decisão do rapaz.
- Minha filha, o rapaz decidiu aceitar Jesus?
- Não meu pai. Ele nada prometeu.
Soraia foi para seu quarto. A menina queria ficar a sós. Em seu quarto ela orou a Deus e decidiu deixar Venceslau.
“Meu Senhor, muito obrigado pela força que o Senhor me dar nesse momento para esquecer Venceslau. Eu o entrego em suas mãos. Se ele for para ser meu, converte-o para ti”. Soraia se deitou para descansar e pegou no sono.
Enquanto isso seu pai sai para o mercado comprar algumas coisas. Sua mulher dona Anita o pediu para comprar algumas verduras. Anita era a segunda mulher de Agenor. A primeira morrera do vento. Dizem que o vento passa e a pessoa morre. Seu Agenor aproveitou o ensejo para abrir a Bíblia defronte às barracas da “Feira da Verdura” às dez da manhã. Seu Agenor alertava o povo sobre a Volta de Cristo quando um homem forte e alto tombou nele no meio da rua caindo sobre seu frágil corpo. Seu Agenor fez muita força para sair de debaixo do homem. Acho que esse esforço agravou as condições do profeta de Tobias, Agenor dos Anjos. Agenor dizia aleluia, aleluia, e aí, aí, aí. A dor era grande. O povo teve piedade e levou o homem para o Hospital de Caridade.
“A situação do homem é grave; atingiu a cabeça. Foi traumatismo craniano. Estamos aguardando para leva-lo para Aracaju”.
Foi isso que Dona Anita, Sorai, Francisca, e Antenor ouviram dos médicos quando chegaram para ver o pobre Agenor. Venceslau soube do ocorrido e foi ao hospital consolar sua amada.
- Meu bem, como está seu Agenor?
- Vão levá-lo para Aracaju.
- Não sei, a coisa parece grave.
- Não tema Oxalá não nos desampara.
- Como? Venceslau, como foi que você disse?
- Eu disse que Jesus vai nos abençoar e seu pai vai ficar bom. Dona Anita ouvia a conversa e se meteu no meio com a intenção de constranger o rapaz. “Eu não te disse minha filha? Namorar macumbeiro é coisa séria. Olha seu pai! Como foi isso? Ele fica invocando os demônios dele, sei lá?” Venceslau ficou tão envergonhado que saiu do hospital sem ser percebido. Isso o feriu muito. Naquele dia Venceslau viu que aquele amor era impossível. O jovem retornou ao terreiro e pediu a sua mãe de cabeça Oxum para tirar a jovem Soraia de seu coração.
- Por que está chorando Venceslau? Perguntou o velho Babalorixá.
- É Soraia, seu Domingos. A coisa ficou preta. A família dela não me aceita.
- Meu filho nada é impossível quando os Orixás tem um plano.
- O senhor acha que Zambi quer esse amor?
- Zambi quer todo amor do mundo. Todo amor é bem-vindo aos olhos de Zambi. Ele é todo amor. Espere e veja o que Oxum fará.
- Seu Domingos está tendo uma vidência?
- Digamos que tenho uma intuição. Concluiu seu Domingos.
Toda a família desceu com Agenor para Aracaju. O estado dele se agravara durante a viagem. Os médicos acharam por bem colocá-lo nos aparelhos em uma UTI.
- Soraia o diabo é astuto. Seu pai, um pregador do Evangelho nessa situação que ocorreu do nada. Agora vou perder meu marido. Disse Anita com os olhos cheios de lágrimas.
- Você está me culpando?
- Não Soraia. Apenas, estou pensando como as coisas são.
- Não! Você quis dizer que foi por causa do meu romance com o macumbeiro que isso ocorreu.
- Não foi bem assim...
As duas foram interrompidas pelo o médico que se aproximava: “Lamento, mas, o paciente não está reagindo à medicação. Ele tem plano de saúde?” Soraia e seus irmãos entraram em pranto.
- Não fiquem assim! Disse o médico tentando amenizar as coisas.
- Como doutor? Nós somos pobres!
- Lamento, mas, ele terá que ir para um hospital público. No domingo, levaram seu Domingos para o Hospital João Alves. Não havia leitos disponíveis; o homem teve que esperar no corredor. A situação de seu Agenor seu agravou com a espera. Quando foram cuidar do homem , ele já estava sem sentir as pernas e a boca havia entortado. O pregador de Cristo agora não mais poderia falar desse nome.
Os meses passaram. Seu Agenor não se conformava com sua nova vida. Sua mulher Anita nunca parara de fazer sua fé no jogo do bicho. Havia uma barraca de jogo no final da Avenida Luiz Alves. Era lá que ela tinha um compromisso todos os dias: “Paz do Senhor irmã!”
- Deixe de brincadeira Otávio! Você num sabe que isso é coisa séria. Cuidado Deus pode te castigar!
- Se ele me castigar, castigará a você também sua danada! Vai fazer uma fé em que hoje?
- Na cobra! Disse sorrindo dona Anita.
- As sete? Combinado?
- Certo!
Anita e Otávio estavam tendo um caso desde o dia que seu Agenor recebera o chamado de Cristo para pregar. O homem tinha que se santificar para sua missão e evitava a mulher constantemente. O celibato era quase uma rotina em sua vida. Com isso, sua mulher, uma baixinha dos cabelos lisos e feições europeias, não resistiu a seca, e se envolveu com o vendedor de bilhetes do jogo do bicho – O Otávio. Este nada fazia na terra, exceto, vender jogo e beber com mulheres de família. O homem era de porte e chamava a atenção das mulheres mal servidas.
Seu Agenor padecia sem aceitar a sua nova condição. Não podia andar e mal abria a boca para falar. Falava com muita dificuldade o pobre homem de Deus. Ele dizia: “Assim como Deus provou a Jó, está me provando também”. Venceslau e Soraia nunca mais se viram. O rapaz continuou freqüentando o terreiro de seu Domingos. “O moço aprende rápido!”Dizia seu Domingos. Quanto a moça Soraia a doença do pai tirou Venceslau um pouco de sua cabeça. Anita saia quase toda noite, e Soraia era única que ficava em casa. Ela tinha terminado o ensino médio e trabalhava pela manhã como caixa de supermercado. Aquela noite os ratos estavam agitados. Começaram a andar pela casa cedo. Qualquer fragmento de alimento era motivo de festa para a ratarada. A casa de Agenor tinha muitos ratos. Todas as casas devem ter ratos.
- Será meu véio?
- Deve ser minha véia, deve ser.
Aquela noite Soraia sonhou que entrava na casa de Pai Domingos. Ela chegou a pé ao centro. Abriu o portão de madeira e entrou um pouco tímida. Ela ouvia à proporção que ia vendo as plantas e as árvores do jardim da casa uma canção que lhe despertava lembranças de algo que não tinha consciência que vivera: “cheira cravo, cheira rosa, cheira flor de laranjeira... oh, abre a porta deixa as almas trabalhar...” Do lado de fora do barracão ela avista Venceslau dançando com uma espada na mão. A dança era muito bonita; era uma dança marcial. O rapaz em transe se vira e olha para Soraia. Seus olhos como que distantes não encontram o foco do olhar da moça. Apenas diz aquele que estava nele: “Deus é maior que o mundo!” Soraia ainda em seu sonho encontra uma cega sentada em um banco defronte a entrada da casa do casal. A velha fumava um cachimbo de madeira e chamou a moça para uma prosa.
- Minha fia que faz aqui?
- Num sei.
- Qual é o tamanho de Deus?
- Que pergunta besta senhora! Desculpe-me a franqueza.
- A sua pessoa acha que Deus só tem um tamanho. Será que Deus é igual na cabeça das pessoas? Num será que Deus é diferente em cada cabeça, contudo, ele é o mesmo Deus?
- Deve ser. Mas as Escrituras nos ensinam a verdade.
- Assim como as nossas consciências. Deus é um só em cabeças diferentes. Você verá que ele é maior que o mundo e não cabe dentro de uma casa só. Soraia acordou do sonho e Anita estava em pé do seu lado junto com seus irmãos. Ela não percebera, mas, durante o sono ela falava e sua língua como disseram estava “atrapalhada”. De manhã a menina saiu para comprar umas verduras e algo muito estranho aconteceu.
- Você viu seu Guilherme? Viu o vento?
- Claro que vi! Formou-se um redemoinho bem no meio da encruzilhada!
- Você ouviu a gargalhada alta?
- Não! Teve gargalhadas?
- Teve! eu ouvi! Como você não ouviu?
- Eu não ouvi gargalhada, não? Concluiu seu Guilherme com um tom de surpresa. Soraia saiu da barraca sob o olhar desconfiado das pessoas que passavam e das pessoas próximas que estavam escutando a prosa dos dois. Em Tobias é assim: “O particular logo se torna público”. Soraia caminha na direção da Avenida Luiz Alves, de longe a moça avista Anita dando risadas conversando com Otavio. Os dois estavam tão à vontade que nem perceberam a chegada da filha de Agenor.
- Anita o que você tem com Otavio? Eu estava vendo vocês de longe, e senti que havia algo. Vou dizer para meu pai!
- Deixe de ser histérica moça! Eu ia passando e Otavio, esse cretino, me chamou para apostar no bicho, e aí, você chegou. Soraia tentou falar novamente e caiu numa crise de risadas, sua fala estava toda atrapalhada. Levaram-na para a casa. Lá, seu Agenor e os irmãos da igreja oraram por ela: “Satanás! Sai desta vida em nome de Jesus! Seu Agenor queria gritar Aleluia, mas, sua voz não saia. Os outros crentes entoavam cânticos desafiando o demônio que estava no corpo da menina: “Sai, Sai, Sai, todo poder das trevas! Sai! “Mas, a minha fé você não leva...” A menina recobrou os sentidos. Uma irmã profetiza disse que ela estava com Exu.
- Tá vendo minha filha? Ainda vai andar com macumbeiro?
- Faz é tempo que não vejo Venceslau. A pergunta da crente profeta abriu uma ferida no peito de Soraia. Fazia tanto tempo. Os meses passaram sem piedade. Mesmo com a dor do pai, a menina nunca esqueceu seu amor. “Onde ele está? Será que pensa em mim?” Os ratos se multiplicaram na casa de Agenor. Agora eles andavam até de dia pela casa. Um rato calunga e sua namorada desfilavam pelas ripas da casa. Uma ratazana gorda amamentava os filhotes debaixo da peça que apoiava a televisão. As pessoas estavam tão preocupadas com o diabo que nem perceberam a festa dos ratos.
- Minha véia, as pessoas não entendem que o mundo tem tudo.
- Sim, sinhô, os ratos devem viver no seu lugar.
- Minha véia, por que os ratos gostam de morar na casa dos encarnados?
- Lá tem muita comida! Deve ser, num é?
No mês de Junho Tobias à noite vira uma geladeira. Todos foram dormir cedo. Anita voltou do culto as nove e foi direto para o quarto. As dez, a casa estava toda quieta. Somente o ronco de Agenor com as estripulias dos ratos quebravam o silêncio do lugar. Uma ratinha cinzenta muito danada foi brincar no quarto de Agenor. O pé do mesmo estava fora do cobertor. A ratinha pensando ser comida estragada por causa do cheiro deu uma mordidinha no dedão de Agenor. O homem parou o ronco assustando o animal. Os passarinhos cantaram cedo aquela manhã. O inchaço no pé de Agenor foi percebido logo: “Deve ter sido a posição de dormir”. Disse Anita. De tarde a febre tomou conta do pregador. O levaram para o hospital. Os médicos suspeitaram da mordida e disseram que era doença de rato. A cidade ficou alarmada: “Agenor meu Deus, tão bom; mordido pelo rato, e agora? Vai morrer”. O hospital de caridade estava cheio de curiosos para verem o coitado “louco” padecer do mal do rato. Venceslau soube do fato e foi até o hospital.
- Como vai Soraia? A menina Soraia quando viu seu amor correu para os seus braços. Sua alma se derreteu como manteiga apoiada em seu ombro.
- Não chore! Deus é maior que tudo. Soraia lembrou-se do sonho e pediu a Venceslau para levá-la a casa de seu Domingos. Eles mal conversaram no caminho devido à ansiedade da moça. Venceslau nada entendia, mas, acompanhava seu amor. Ele estava sem acreditar no que estava acontecendo. “Soraia, na casa de Pai Domingos?” A casa estava deserta. À porta estava uma cega sentada em um banco de madeira. Era a esposa de Domingos. Ela nunca saia de casa, mas, naquele dia ela estava do lado de fora como que esperando alguém.
- Você veio minha fia? Ontem muito padeci por tua causa.
- Como assim, senhora?
- Seu pai minha fia miorou?
- Não.
- Mas, vai miorá.
- Deus é grande. Ele é maior que nossas imaginações. O povo diz tudo dele. Uns de bem, outros de mal. No entanto, ela nada diz. Deus é maior que os nossos ditos, num é minha fia? Venceslau traz uma vela e faz um mingau para o Vovô comer! Dona Maria Conga rezou as orações dos pretos velhos, arriou a oferenda, e entrou em casa.
Seu Agenor se recuperou da doença do rato. Mas, não foi só isso. Ele voltou a andar e a falar. Em pouco tempo o velho estava pregando na feira. As pessoas que vinham de diversas localidades procuravam um lugar no meio dos outros para ouvir o “Louco de Tobias”. A igreja fez um culto de ações de graças pelo “Milagre de Deus” na vida de Agenor. Comentava-se na igreja que no próximo ano ele seria consagrado a obreiro. Os crentes falavam com muita alegria sobre a cura do homem, outros apenas falavam: “Está vendo mulher como a oração é forte?” “Também, tanta gente orando por ele, Deus só podia fazer um milagre!” “Que nada tudo isso é invenção!” As opiniões eram muitas. Contudo a opinião de seu Agenor não mudava sobre o jovem Venceslau.
- Tá vendo minha véia como Deus é bom?
- É.
- Dona Maria, e Venceslau com a moça? O que deu?
Venceslau e Soraia foram morar em Feira de Santana. Ela passou a receber uma Preta Velha que responde pelo nome de Maria Conga. Os dois abriram uma casa de axé. Venceslau se tornou Pai Jorge, e Soraia, dona Maria. Anita nunca deixou de ver o jogador de bicho. Agenor continuou pregando na feira. A cega, mulher de seu Domingos, morreu de dengue. Depois da partida de sua amada, seu Domingos perdeu a graça. Foi recolhido com os santos em Aruanda.
- Pois é meu véio, Deus é maior que o mundo.
- Num é...