"A Fuga dos Capitães de Mato".


Havia entre a fera e eu algo de diferente, de desafio. Com a perna infeccionada pelo tiro que levei, minhas chances ficavam cada vez menores. Após muito esforço consegui galgar as altas pedras.
"Se conseguisse atravessar o morro e me internar na mata".
De repente ele surgiu à minha frente. Era um cão enorme, tinha olhos de sangue e um olhar homicida. Acho que não vi nem leão com tão terrível aspecto. Quando saltou sobre mim, agarrei-o pelo pescoço tentando evitar a mordida. Nesta luta nos desequilibramos e caímos no vazio. Rolamos pela ribanceira e ao chegar ao fundo desmaiei. Vencido pelo cansaço e as dores, fiquei muito tempo desacordado. Quando acordei, a fera estava próxima a mim, também desmaiara. Peguei uma enorme pedra para por fim a perseguição, justamente quando ela abriu os olhos. "Não sou covarde!"; pensei melhor, "ainda vou me arrepender disso" e soltei a pedra. Ele havia batido a cabeça e sangrava muito. O sangramento não era pela cabeça, mas por um profundo corte feito por um galho na queda. O galho lascou e as farpas de madeira estavam enfiadas em seu couro grosso. Queria continuar fugindo, mas embora escravo e com muito ódio ainda pelo homem branco e por tudo que lhe pertencesse. A minha formação não era de vingança, apenas matávamos para comer. As horas passaram e pude me movimentar. O cão só conseguia movimentar o pescoço e gania como pedindo ajuda. Aproximei-me com cuidado e fui tirando as farpas de madeira bem devagarzinho, pois corria o risco dele não entender minha ação e retaliar minha mão. A situação dele era igual a minha e com certeza seus ferimentos também iriam infeccionar. Consegui me arrastar e levá-lo comigo até uma mina d'água. Com o resto do pano de minha calça limpei com água minha perna bem como seus ferimentos. Pelo esforço desmaiei outra vez. Quando acordei, não estava com frio, pois o enorme corpanzil da fera me cobria. Sou um negro alto e magro, de mais de um metro e noventa e a fera parecia maior que eu. Havia lambido minha ferida e embora o chumbo ainda estivesse lá dentro à infecção havia parado. Com um pedaço de graveto furei a perna até conseguir tirar o chumbo. A dor foi grande. Mas sem o chumbo foi um alivio enorme. O cão estava dócil até abanava o rabo para mim. Saímos dalí e fomos para um bosque de grandes árvores. Cavei raízes de folhas grandes, pois sabia que se não eram gostosas, pelo menos matariam nossa fome. A principio não gostou, mas a fome fala mais alto e em breve havíamos feito lauta refeição. Depois de comermos aquele inhame, fiz carinho nele que parece gostou. "Acho que agora tenho um protetor". Fiz um trançado de casca de arvore e folhas de coqueiro improvisando uma tanga. Ensinei meu amigo que batizei de Trovão, a comer raízes bem como coquinhos, que eram fonte de vitaminas. Trovão tinha tantas cicatrizes que parecia ter sido fatiado e montado de novo, era um cão muito feio. Eu tinha que seguir em direção as serras, pois lá tinha um Quilombo e com sorte me aceitariam. Talvez se não fosse de suas tribos africanas poderia ser aceito ou não e até morto por que algumas tribos eram inimigas iguais ao branco. Caminhamos durante uma semana. Trovão já era meu amigão, até caçava para nós dois. No começo foi difícil comer carne crua, mas a gente se acostuma. Vi um bando de negros sendo conduzidos amarrados em paus com embira. Quem os conduzia era um mestiço e mais três negros. Só o mestiço tinha arma de fogo e facão, os outros, arco e flecha. Entre os presos, alguns homens, mulheres e poucas crianças, acho que no total eram doze presos, quatro homens, cinco mulheres e três crianças. Provavelmente seriam vendidos em alguma vila ou para algum branco na estrada em troca de comida e bebida. Andamos o dia todo atrás deles. Quase ao escurecer, pararam em uma clareira. Os cativos foram amarrados à uma árvore, menos uma negrinha bem jovem. Enquanto dois faziam uma fogueira, o outro negro entregou-a ao mestiço que parecia ser o chefe do grupo. Após entregar a moça ao chefe voltou para a fogueira.
- Você sabe quem é o chefe?
Falou e pegando-a pelo braço, jogou-a ao chão. Antes que ela reagisse, bateu em suas costas com o facão. A cada golpe ela curvava, mas não chorava, via-se que era mulher de fibra.  
- Agora que você já sabe quem é o chefe, venha comigo.
Arrastou-a para o meio do mato. Os outros riam em volta da fogueira. Depois falou para ela tirar a roupa.
- Você vai ser minha mulher, até eu enjoar, depois te mato ou vendo.
Como ela demorasse a obedecer apanhou outra vez. Ele tirou a roupa colocando tudo de lado. Enquanto a sujeitava tirando-lhe a pouca roupa, peguei o facão e bati com força em sua cabeça. Quando ele desmaiou, falei para ela:
- Silencio é vida, falar é morte.
Ela entendeu, e ficou quieta.Virei o mulato de costas e amarrei fortemente suas mãos. Arrastei para trás de uma moita amordaçando fortemente sua boca grande. Escondi todas suas coisas.
- Não ponha suas roupas ainda. - Olhou assustada e eu a tranqüilizei. - Moça, sou Hatuzi. Tenho sangue de rei, só deita comigo mulher por sua própria vontade. Vá lá e convide qualquer dos negros para namorar, traga ele para cá, de preferência o mais forte.
O mais forte estava sentado num tronco, aguardava enquanto os outros assavam a carne na fogueira. O negrão levantou e falou:
- Eu sou o segundo no comando, a negrinha é minha! - E caminhou atrás se internando no mato.
- Você é magro, mas também é muito forte, o que você fazia?
- Tomava conta do gado e caçava leões. - Enquanto falava amarrou fortemente a mão e a boca do homem. Aí ela falou.
- Vou chamar o próximo.
- Não, agora não dá mais.Vamos pegar os dois e soltar os outros.
Enquanto ela caminhava, o guerreiro Hatuzi correndo bateu com o lado do facão na cabeça do negro mais próximo que comia um espeto de carne, o outro que estava com uma pequena lança jogou-a no chão.
- Quando você ficar na frente de um Hatuzi, ajoelhe para não morrer. - Imediatamente o outro ajoelhou. - De agora em diante você será meu escravo predileto. Solte os cativos e traga para cá os outros companheiros seus.
- Atenção. Não gosto de vocês, mas não gosto de gente amarrada. A partir de agora sua vida mudou. Não vai ficar melhor, porque comigo todo mundo trabalha, até criança. Estes aí - Apontando para os cativos - Serão nossos novos escravos. Amanhã quero que contem tudo que eles fizeram. Só eles carregarão peso, se forem muitos, os homens ajudam, e se ainda for muito as mulheres ajudam. Peguem toda a carne e comam, só não dêem comida nem água a eles, isto eu faço. E só quando eu quiser. Se alguém tentar ajudar, ficará preso com eles. Imediatamente toda carne seria consumida. Vocês se esqueceram de dividir. Todos comerão pedaços iguais. Assobiei e apareceu o cão.
De manhã, não havia amanhecido ainda, deu um tiro para cima. Todos acordaram apavorados.
- Coloquem tudo na costa dos escravos, serão nossas mulas de carga.
Comeram depois dei dois goles de água para cada escravo.
- Considerem minha bondade e não dêem motivo porque quase todos ou todos gostariam de matá-los já.
Na fila indiana que organizei o chefe foi por último e meu escravo predileto foi na frente. Cortei uma vara fina e dei para um dos meninos.
- De vez enquanto, dê uma varada nas costas do último que é o chefe para que ele mande os outros irem mais rápidos.
À tarde o sol estava muito quente, mandei amarrar os quatro em um tronco e fiz uma reunião.
- Dois homens com arco e flecha irão comigo, os outros dois vigiarão os presos, não se aproximem deles mesmo que estiverem morrendo. Caso isto aconteça vou castigar severamente entendeu?
Saímos em três e mais o cão.
- Vamos nos separar, vou deste lado com o cachorro e vocês irão por ali.
Como caçadores, meus companheiros com certeza morreriam de fome. Consegui matar dois catetos e uma anta, tínhamos a carne por alguns dias. Os homens reclamavam, não queriam carregar. O mais velho falou:
- Eu carrego sozinho, é meu companheiro que está cansado.
Falei:
- Ta bom, ele leva menor peso.
Ao chegar ao acampamento pedi para as mulheres assarem um pouco de carne. O primeiro a comer foi meu amigo descontente. Após comermos, falei para ele:
- Dê o resto para eles.
Ele mandou um menino fazer o serviço. Reuni o pessoal:
- Quando falei que não gostava de vocês, falei a verdade. Prova disso é que vou dar uma chance que não darei outra vez. Joguei o facão aos pés do preguiçoso.
- A única chance que você tem é agora. A partir deste minuto você faz parte dos prisioneiros. Pegue o facão e me mate e saia livre. Caso contrário vá se juntar aos seus amigos no tronco.
Ele pensou, pensou e só decidiu porque virei-lhe as costas. Antes de pegar o facão tomou um chute na cara e caiu no chão. Pedi ao velho que tinha ido conosco:
- Mate ele ou me mate.
O velho chorando decepou a cabeça do rapaz.
- Toda vez que alguém errar será tratado assim. Vamos embora daqui. Amarrem as carnes nas costas dos prisioneiros e vamos embora.
Andamos a noite toda, de manhã chegamos às margens de caudaloso rio. As mulheres assaram carne, o velho não quis comer.
- Porque ele não quer comer?
- O rapaz era neto dele.
Após comermos falei para o velho:
- Amanhã terei que matar você. Quer ficar comigo ou ir embora? Não haverá outra chance.
- Quero ir embora.
Cortei um pedaço de carne, dei-lhe um arco e flecha e falei:
- Vai.
A neguinha Mbata me falou:
- Ele vai morrer, sim vai. Ele poderia ajudar.
- Não, ele vai querer vingar o neto e terei que matá-lo.
Ela baixou a cabeça. Dormi próximo aos prisioneiros. De manhã Mbata falou:
- O velho foi embora, mas deixou a carne e as armas. Levantei a falei para todos:
- Só saiam daqui amanhã. Peguei o facão, a espingarda e saí correndo. Foi fácil achar seu rastro. Por ser um velho ele andava bem, alcancei-o por volta de meio dia. Uma onça parda estava prestes a fazer sua refeição embora estivesse longe, caprichei na pontaria e furei seu couro entre o peito e a cabeça. Ela caiu a seus pés. Agradecido ele pegou minhas mãos e colocou sobre sua cabeça.
- Meu neto estava errado, chefe não pode titubear, tenha em mim seu homem de confiança.
Tirei o couro da onça.
- A partir de hoje você será meu homem de confiança. Na África te daria um couro de um leão, mas aqui vai couro de onça.
Voltamos para o acampamento de tardezinha falei para Mbata:
- Asse carne para ele, será nosso homem conselheiro. Chegamos próximos de uma fazenda, como era bem cuidada, com certeza tinha escravos.
- Vamos deixar nossos prisioneiros escondidos no mato com as mulheres, vamos oferecer nossos serviços. Somos caçadores de escravos. Fomos recebidos na porteira por vários negros armados.
- Que vocês querem?
- Somos caçadores de escravos e estamos oferecendo nossos serviços.
- Você sim, mas o velho serve para que?
- O nome deste velho é Leão, você sabe por quê? Ele é que acha os negros fujões para nós.
- O capataz da fazenda foi atrás de uns negros fujões, deve estar para voltar, só não tem comida.
- Não tem problema, à gente aguarda.
Voltaram para dentro, o velho disse:
- Eles estão com medo, pode ou não existir capataz.Vou mandar um menino sondar eles.
O menino voltou dizendo:
- Só um tem arma, mas trancados na senzala tem mais de cinqüenta pretos. Mulher, criança também, estão todos amarrados.
- Assim que escurecer soltamos os cativos e se quiserem virão conosco, senão ficam aí.
Mandei os homens cantarem e fui abaixado até a casa em que eles estavam. O chefe dizia.
- Vamos fingir que temos armas, mas se eles atacarem a gente foge e larga tudo.
Entrei na senzala e com a chave dos grilhões que tinha soltei todos. Quando menos perceberam abri a porta da casa. "Morrer ou viver?", perguntei. Dos seis homens, quatro largaram as lanças e deitaram com a cara no chão. O chefe tentou atirar, mas fui mais rápido, a lança atravessou seu pescoço e o sexto na dúvida largou um machete e deitou também.
- Agora estamos bem.
Pegamos da Senzala cinqüenta e dois negros e cinco prisioneiros. Agora éramos cinqüenta e cinco homens nove crianças e dezoito crianças com a neguinha Mbata. Apossamo-nos da fazenda, toda a comida foi armazenada na Senzala. Foi distribuída uma porção para cada um. Só que na hora de comer dava uma parte para as mulheres cozinhar.
- Por enquanto ninguém vai casar as mulheres e crianças ficarão separadas. Negro que mexer com mulher ou criança vai conhecera fúria de um Hatuzi. É só até as coisas se acertarem, depois as mulheres poderão escolher seus maridos, só as crianças serão filhos de todos .Sou o chefe aqui, mas qualquer um que quiser comandar será bem vindo. Menos meu homem sábio o conselheiro este ninguém deve substituir. Alguém quer ser o chefe?
Todos se calaram.
- Como ninguém falou, todos serão conselheiros, até as mulheres, menos as crianças. Os chefe dos conselheiros será o homem velho, os demais serão todos iguais. Na fogueira todos tem que falar, se for coisa boa, eu e o conselheiro velho vamos ver, se for bom a gente faz. As coisas erradas não poderão ficar escondidas. Quem ver alguma coisa errada e não contar ao conselheiro, vai pagar também igual a quem o fez. Nossos escravos nunca terão regalias, nunca ficarão sem os grilhões. Só comerão uma vez ao dia, água também. Se derem trabalho o conselho resolverá cada caso.
Mbata assumiu minha casa como cozinheira auxiliar. Morávamos sozinhos, o conselheiro e eu, até que ela ficou por ali. A conversa era franca e formávamos uma família, só que com muito respeito. Ela foi se tornando uma mulher muito bonita e todos pensavam que ela fosse minha mulher. Meu conselheiro falou:
- Duas coisas têm que ser feitas.
- Casar eu não posso, gosto muito dela, mas não sirvo como homem. Mandar embora não quero porque gosto dela.
- Então você casa com ela e eu serei pai dos dois.
Fiquei de pé.
- Nunca fiz e nem faço nada com mulher forçado. Se algum dia quiser eu vou pensar no caso. Acontece que sei o que ela pensa por isto falei. No conselho todos estão de acordo.
Estava tomando banho no rio quando ouvi um barulho na água. Alguém estava lutando ou sendo atacado com uma sucuri. Saí da água e corri uns vinte metros, não dava para ver quem era, mas a cobra já havia enrolado, dentro em pouco nada poderia fazer. Pulei na água, com o facão na mão e mostrei para ela porque Hatuzi tem sangue de rei. Quando tirei a jovenzinha da cobra vi que era Mbata. Levei-a para a margem e coloquei-a encostada em um tronco. Voltei para a água, arrastei a rainha das cobras e coloquei a seus pés.
- Mbata, Mbata! Você é tão feia que a cobra morreu de susto!
Ela agarrou meu pescoço:
- Sou tão feia que o guerreiro Hatuzi não quer nem olhar para mim?
- Você é minha irmã e eu nunca vou...
- Fica quieto nego bobo, sonho com você desde que te conheci.
Mamei naqueles lábios doces como mel e Mbata, se tornou uma mulher Hatuzi.
- Quero te falar, nunca mais você vai ter homem fora eu ou vai conhecer a raiva Hatuzi.
- E você Hatuzi, se deitar com outra mulher, aproveite bem, porque na minha terra meu nome é Mbata, a raposa e ninguém me engana, será sua ultima vez na Terra, tem minha promessa. Em compensação vou encher tua casa de negrinhos tão lindos como você. Na andarás com a cabeça erguida, pois terá atrás de você uma linda esposa com seus lindos filhos.
Agarrei-a e saltamos na água, realmente mulher bonita e fogosa como Mbata, nem uma mulher Hatuzi. Ali fundei nosso primeiro Quilombo, com patrulha de lanceiros que saiam para soltar escravos e escravizar feitores trazendo-os para trabalhar nossa terra. Todos falam que eu defendo a África e os africanos, há um pequeno engano pelo tempo que estou aqui e devido às comunidades que fundamos, sou africano, mas com o coração no Brasil. Pois aqui tive filhos, netos e agora bisnetos, que fundaram várias entidades como sentimento negro, raça negra, e outros.
Mbata foi minha amiga, esposa e companheira por muito tempo. Deu-me vários filhos como ela, cinco homens e quatro mulheres. Hoje estamos juntos, mas alguma coisa em sua cabeça a fez voltar à infância .Tanto como se ela fosse meu bebê. Ela me fala mal eu não ligo, só não quero que levem ela embora. Já falaram em interná-la, aí eu fico bravo e grito com eles: "Me matem primeiro!", aí eles se acalmam. Outro dia veio uma enfermeira para cuidar dela. Teve que ir embora no mesmo dia. Ela brigou falou que ia me matar, que estava colocando outra mulher no lugar dela. Dei risada, eu não ligo. Às vezes sentamos juntos numa cadeira de balanço. Aí eu conto para ela das caçadas de leões que eu fazia para proteger o gado lá na África. Ela ri e dorme parece que viaja também comigo para a savana.
Outro dia ela morreu, levaram ela embora. Depois me trouxeram para este lugar estanho com gente estranha. Estava sentado na sombra de uma figueira e cochilava. Não consigo andar direito nem com uma bengala. De repente me senti forte, levantei para olhar o pátio. Eu não estava ali, estava na savana. Eu estava forte com minha lança de ferro. "Que alegria! Agora só faltava aparecer um leão e meu sonho estava completo." Comecei a ouvir cantigas antigas de festa de minha tribo. Muita gente gritando e tocando tambor. Na frente vinha Mbata, e pessoas conhecidas que a muito havia perdido o contacto. Ela estava linda, novinha, estendeu-me a mão e falou:
- Você sempre cuidou de mim. Hoje vou cuidar de você guerreiro Hatuzi.
Em uma vasilha tinha minha bebida preferida, leite e mel. Começamos a cantar e a saltar como antigamente e a festa continuou sem terminar.
Atrás vi hipopótamos, rinocerontes, búfalos enfim todos os animais que aprendi a amar.

Esta pequenina história é uma homenagem
À nossa descendência africana.




OripêMachado.
 
Oripê Machado
Enviado por Oripê Machado em 05/12/2011
Reeditado em 06/12/2011
Código do texto: T3373532
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