O guarda da rodoviária

Mês de julho, cidade pacata. Ao anoitecer Daniel um vigia da prefeitura municipal caminhava com destino ao seu local de trabalho: a rodoviária da cidade.

Mais uma daquelas noites fria, e de fato as temperaturas haviam despencado nos últimos dias.

Há menos de dois meses no novo posto, Daniel sentia o reflexo da mudança, pois anteriormente o seu posto era uma pequena escola municipal situada próximo de sua residência, além de ser um ambiente tranqüilo o setor era cercado de enormes muros e portões, o que na realidade era um contraste com o local que estava atualmente.

Até as 23:30 horas as pessoas circulavam por lá, era o último horário de ônibus, durante este tempo Daniel, conversava com os amigos taxistas, com o senhor Onofre o simpático dono do bar da rodoviária, e com os motoristas da empresa de ônibus entre eles o senhor Epaminondas que já tinha aproximadamente 25 anos de experiência nesta empresa, conhecido de todos e muito querido, pelo seu carisma e cordialidade, era amante de uma boa prosa.

Daniel, com duas semanas no posto conheceu Epaminondas e entre muitos diálogos, tornaram-se bons amigos.

Nesta noite por volta das 23:42 horas ao estacionar o ônibus na plataforma, logo avistou o amigo, envolto em um sobretudo, com cachecol, e uma toca na cabeça tremendo de frio.

Travaram um diálogo rápido e se despediram, no dia seguinte Epaminondas iria fazer o primeiro horário ás 05:00 horas.

Por volta das 00:10 horas como de costume, Daniel fez uma ronda pelo local, que estava completamente deserto, abriu a porta da pequena sala onde deixava seus pertences, pegou o cobertor, e saiu rapidamente trancando a porta, encaminhou até o ônibus, abriu o compartimento que ficava na parte frontal e puxou a alavanca, a porta abriu lateralmente, e antes de entrar olhou dos lados, constatando que ninguém o observava e já no interior do veiculo acionou o botão e a porta fechou.

Como de costume escolheu a última poltrona deitou o banco jogou o cobertor por cima e aconchegou, olhou no relógio passava poucos minutos das 00:35 horas, acionou o botão de alarme de seu relógio para despertar as 04:30 horas, e depois instantaneamente caiu no sono.

Começou a ouvir algumas vozes, puxou o cobertor acima da cabeça e virou o corpo para a esquerda.

De repente um solavanco, abriu os olhos vagarosamente, olhando pela vidraça, fachos de luzes intercalavam pelo ambiente, deu um salto da poltrona, agora o coração disparado, percebeu que o ônibus estava em movimento, soltou um grito: - Pare.

Enquanto corria pelo corredor as pessoas olhavam assustadas sem entender nada.

Epaminondas brecou e disse: - Desculpe meu amigo acabei esquecendo de você. Daniel, desceu meio desconsertado, quando ouviu a mulher perguntar para o motorista: - O que está acontecendo? Epaminondas, respondeu: - Ele é o guarda da rodoviária.

LUVI
Enviado por LUVI em 14/11/2011
Código do texto: T3335147
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