COISA DE DONA ZEFA!
COISA DE DONA ZEFA!
Morávamos no castigaste sertão da Bahia. Por essa época eu deveria ter uns 4 ou 5 anos. Meu pai trabalhava nas fazendas locais e, por vezes, em outras mais distantes. Minha mãe ficava conosco dias a fio. Água, só as dos açudes cavados por meu avô, para armazenar água escassas chuvas. Luz, a do sol e, à noite a dos candeeiros, com muita economia.
Pois foi numa dessas noites de economia que minha mãe chegou na sala, pálida e falando aceleradamente:
_ Meus filhos, não entrem no quarto agora! Tem uma enorme cobra enrolada perto da cama e vou pegar um tronco de lenha para matá-la!
Ficamos ali parados, assustados mas já acostumados. Serpentes de vários tipos, cores e tamanhos apareciam constante mente pelas redondezas e até mesmo pelo telhado da casa.
Minha mãe entrou novamente ao quarto e depois de tanto porretear o que imaginava ser mais uma dessas víboras rastejantes, julgando já tê-la matado, veio e acendeu um candeeiro para ver o estrago. Ficou surpresa e não agüentando de tanto rir, ao ver que havia estragado o único cinto que meu pai possuía para utilizar quando saia para algum compromisso que julgava mais formal!
Coisa de dona Zefa, sabe! Essa minha mãe!