VENDAVAL NO PANTANAL
Fazia um Belo Dia de Sol!
Estávamos no porto do Cercado, cidade de Poconé, estado de Mato Grosso preparando a tralha de pesca e o barco para adentrarmos ao Pantanal.
Estávamos ali Mano Véio e seu amigo, o Juiz de Direito Nicolau Fortuna e eu. Tudo indicava que teríamos mais uma boa pescaria.
Tínhamos que procurar uma pequena praia para acamparmos.
Era o mês de março, o rio baixando, saída de pequenos peixes da baia e garças de plantão se fartando de lambaris.
Lá estava o local, onde íamos montar acampamento. Prepararmos a isca de mussum lançamos os anzóis. Não demorou muito e Mano Véio arrastava a primeira jurupoca de cinqüenta centímetros. A janta já estava garantida. Depois, fui eu com um pintado fora da medida que soltei imediatamente, logo outra jurupoca que colocamos no viveiro.
Já estava ditardizinha e começamos a preparar a janta. Peixe ao molho com arroz, latinhas geladas... Enquanto tomávamos nossa refeição, contemplávamos o maravilhoso pôr do sol, o canto dos pássaros, urros dos guaribas, galhos de árvores balançando, seriam eles?
Não, e sim o vento com chuva. Raios e trovões apareceram muito rápido! Teríamos que desmontar as barracas, pois o vento vinha forte arrancando galhos, balançando as árvores, provocando muito medo. Não podíamos fazer quase nada a não ser esperar a tempestade parar.
Foram apenas alguns minutos e já estava no horizonte, com muita pressa, tinha que alcançar o sol que desaparecia no horizonte. Novamente o silêncio, ferragens das barracas retorcidas, tecidos rasgados, Graças à Deus estávamos bem. Montamos novamente as barracas numa parte mais alta. Fizemos nova janta por que aquela estava cheia de areia. Não reclamamos porque entendem que é a Natureza que decide.
Voltamos a pescar, estava bem melhor com os frutos e semente que sevaram o rio.
Sábias são as decisões do criador.