O ATEU...

Ouvi contar que, em certa localidade do interior de Minas Gerais, morava um ateu incorrigível.

Era casado com virtuosa mulher e possuía um único filho, que

contava 12 anos e se constituía o seu maior tesouro.

O ateu, tanto quanto possível, não perdia a oportunidade de revelar seu ateísmo doentio, como que zombando da crença alheia.

Sua esposa o advertia, quase sempre, sem proveito.

Continuava negando Deus, multiplicando seu ouro e adorando seu filho único...

Quando menos esperava, a morte veio, silenciosa, e levou-lhe o filho,

entristecendo o coração materno e enchendo de desespero o coração do ateu.

Passaram-se dois anos.

O ateu, agora, muito abatido, doente, sem a esposa, que também fora levada para o Além, sentia-se só.

Certo dia, depois de tanto sofrer, buscou um Centro Espírita e recebeu uma mensagem do seu adorado filho que dizia assim:

— Meu pai, como me sinto feliz em vê-lo aqui! Como demorou a encontrar a grande Estrada! Graças a Deus, que veio! Mas foi preciso que eu e minha mãe pedíssemos muito, a seu favor, para que o Pai do Céu nos atendesse.

E contou-lhe uma pequena história que tinha ouvido de benfeitores espirituais que tinha relação com o caso do pai:

- Numa aldeia da Índia, vivia um fazendeiro rico, que se especializara na criação e seleção de animais. Possuía grande quantidade de vacas reprodutoras de boa qualidade. Era um homem bom e prestativo.

Desejava ajudar a todos os seus irmãos de romagens na Terra. E, assim, resolveu partilhar sua obra com os seus vizinhos de outra aldeia, que limitava com suas terras por um pequeno rio.

Mandou selecionar alguns bois e uma vaca, que possuía um bezerro único e os enviou aos seus companheiros.

Mas, na passagem do rio, todos os bois passaram, menos a vaca e o bezerro.

Tudo foi tentado sem proveito. Alguém então alvitrou: amarrem o bezerro e atravessem com ele o rio, que a vaca acompanhá-lo-á.

De fato, a vaca, vendo o filho amarrado, berrando, pedindo-lhe socorro, atravessando o rio, não se fez de rogada e também o atravessou...

— Aí está, meu pai, a lição preciosa que a historieta nos dá: foi preciso que eu fosse também amarrado pela enfermidade e jogado no rio da morte para que o senhor atravessasse o rio do preconceito e viesse até a mim e sentisse, como está sentindo, comigo, a vida verdadeira e, deste modo, iniciasse o resgate de suas faltas! Louvado seja Deus!

Diante da rebeldia, da negação de muitos o sofrimento é a única força capaz de erguê-los para Deus...

PEDRO CAMPOS
Enviado por PEDRO CAMPOS em 24/10/2011
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