O Curiango
Hoje estava um dia bem diferente, no caminho da pescaria, madrugadinha nós todos alegres por mais um fim de semana pescando, papai na frente e logo atras Ademar e eu. Papai com duas capangas uma em cada ombro, Ademar e Eu, sacos na cacunda. Papai alegre no clarão da lua, puxa uma cantiga que nunca tinha visto e ele pelo trilho começou a cantar.
“ gente da cidade, passa fome Porque quer, joga o saco na cacunda vá busca pequi no pé”. Logo ele nos explicou; ta veno essas arve ai na frente, tudo é pequi, sempre minha mãe falava: Que pequi tem uma sustança danada, pode come ele no arroiz, no frango pode fazer licor dele e ate só cozido de qualquer jeito é bom. Logo na frente, os curiangos, pareciam brincar com nos a gente andava eles voavam e pousavam logo na frente, aproximávamos eles de novo voavam, e pousavam logo na frente. Nos aproximávamos eles de novo voavam. Ai papai falou: olha ocêis sabe porque o curiango quando canta parece que ta falano pra nois, assim:
Peguei uma garrafinha só.
Nós interessados em mais esta do velho, respondendo em uníssono. NÃO!!! Então ele veio a nos contar:
Houve uma festa no céu onde so os passarim foi convidados. Na hora que entrava cada um pegava uma garrafinha de vinho, que tinha lá num cantim do ceu. Parecia que todo mundo tinha chegado, quando fora de hora chega dona coruja, e logo foi perguntano pela sua garrafinha porque no convite já estava falando que tinha direito. O santo gavião, o rei dos passarim foi lá conferi e percebeu que já tinha de fato acabado. Chamou todo mundo ali na hora, ai a festa teve que parar e pra eles foi falano: quem foi que pegou duas garrafinhas de vinho? Antes mesmo de terminar a fala, o curiango saiu do meio da multidão de passarim e gritou: peguei uma garrafinha só, peguei uma garrafinha só, peguei uma garrafinha só, até hoje nas madrugadas o curiango ainda reafirma, que pegou mesmo uma só garrafa cantando: peguei uma garrafinha só, peguei uma garrafinha só.