UMA FALHA DE MEMÓRIA
UMA FALHA DE MEMÓRIA.
Na vida acontecem passagens, que se tornam incríveis aos olhos dos observadores e marcante e intrigante para os agentes, que de um modo inexplicável sofreram a ação.
Coincidentemente no dia de meu natalício, 03 de outubro de 2005, data esta que para mim vai ficar conhecida como o dia em que minha memória sofreu uma alteração.
Estamos esperando a chegada do nosso segundo neto, que será chamado de Gabriel.
Lucilene, minha esposa, preparou carinhosamente o enxoval, como prendada que é, fez alguns bordados e comprou outra parte no mercado local.
Os pais de Gabriel são Renato Riva meu filho e Seli sua esposa, que moram bastante distante daqui, no Estado de Roraima mais precisamente em sua capital cidade de Boa Vista, sendo a distância que nos separa em torno de cinco mil e quinhentos quilômetros e o acesso a este longínquo recanto é realizado das seguintes maneiras: por via aérea que é mais cômoda e por via terrestre e fluvial, trata-se de uma viagem cansativa, mas gratificante pelo esplendor da paisagem. Vejam só o trajeto de Fortaleza para Belém de ônibus 24 horas, de Belém para Manaus 7 dias de navio, de Manaus para Boa Vista 12 horas de ônibus.
. Após o enxoval ficar pronto, Lucilene cuidadosamente pegou uma caixa e arrumou as roupinhas do Gabriel, em seguida fomos até aos correios par fazermos a remessa das encomendas. Próximo aos correios falei para Lucilene me esperar lá que eu vou até o banco para tirar dinheiro para pagar as despesas. Ao chegar no Banco do Brasil que é um prédio visinho aos correios, as filas estavam imensas, escolhi uma delas, a fila andava lentamente, mas o curioso é que quando tinha apenas um cliente na minha frente faltou dinheiro no caixa eletrônico, sem titubear entrei em outra fila, que se desenvolvia mais rapidamente, logo chegou a minha vez passei o cartão e repentinamente deu um branco em minha memória e eu esqueci a senha, que utilizei mais de dez anos, quase que diariamente.
Foi triste, fiquei apavorado, as lágrimas rolaram em meu rosto, a minha respiração ficou ofegante, eu não conseguia aceitar aquela situação, tentei manter a calma era inútil, comecei a suar frio, meus batimentos cardíacos aceleraram. Aí então resolvi ir até aos correios onde Lucilene me esperava ansiosamente com o dinheiro para remeter as encomendas. Ao chegar nos correios exclamei em tom baixo e envergonhado não consegui sacar o dinheiro, pois misteriosamente esqueci a minha senha.
Meu filho André Luís tinha algumas economias e pagou as despesas. Retornamos para o apartamento e eu naquela angústia querendo lembrar incessantemente da bela senha, porém sem sucesso, como aquele mal estar não saía de minha cabeça, resolvi ir até a minha agência bancaria e fazer uma nova senha.
O certo meus amigos é que até agora ainda não consegui lembrar da bendita senha que me vali dela por anos e anos quase que diariamente.