PONTE LEÃO
PONTE LEÃO
Quando o trem de ferro passa por cima à gente a vista lá embaixo o Córrego das Antas. Durante a seca as pedras submersas vêem a tona tornando-o um dos mais belo poços para se banhar.
Após os folguedos da natação vínhamos tomar sol cada um em sua pedra predileta. Há a pedra do Mauricio, a pedra do Goiás, a Pedra do Juvenal e a pedra do Juarez. Minto do Juarez não ele ainda é um guri babão e não sai do rabo de saia da Dona Filinha.
Entre nós até limitarmos o território de cada um, já havia proporcionado muitas brigas entre nós.
De quando em vez passava na ponte um trem Maria fumaça baforando pelo Jundiaí a fora. Nós lá embaixo encantávamos com a cena gritando o maquinista. Ele retribuía com um “apitasso” avisando o pessoal da estação que estava chegando, mas antes passava por umas três ruas de nível aberto. Carro ali não tinha a não ser muitas carroças e charretes.
O trem passa e nós voltamos ao nosso mundo diário para continuar sonhando com o nada, vendo o tudo passar, “largatixeando” sobre as pedras de lutas remidas...
Ao escurecer íamos embora comprando pão barato e duro recheado com doce de leite em pedra. Com a fome das águas frias aquilo tinha gosto de manjar dos deuses...
Como é bom ter sido criança e ter estórias para contar...
Goiânia, 11 de setembro de 2011.