O cara do Táxi
Ano passado estive no Rio para curtir o verão. Aproveitei fui visitar meu amigo "Ditongo" ( não me perguntem por quê ele tem esse apelido, não saberia responder ) pois faziam muito tempo que não nos encontravamos. O Demola, descolou com a Nabila o novo endereço dele, e me passou. Ele é muito divertido alegrava nossas tardes de ensaio na casa do "Senos" quando nosso sonho de adolescentes nos anos setenta era ter uma Banda, na época a gente falava conjunto mesmo.
Convidei o Demola e Nabila, mas ambas alegaram falta de tempo e outros afazeres.
Com o endereço na mão me mandei pro centro do Rio. Peguei o metro em Copacabana e saltei na cinelandia, pois de lá pegaria um taxi para ir até a Rua André Cavalcanti, como sou carioca e conheço que essa rua vai dá numa subida danada, acenei para um taxi e nos mandamos prá lá.
O motorista bom de papo foi logo puxando uma conversa na qual prontamente eu respondi ao seu questionário.
Nesse papo ele ficou sabendo que ia visitar um amigo de longa data.
Como não bastasse, me pegou de tal maneira nas perguntas que acabei favlando o apelido do meu amigo.
Ele deu uma freiada, e se virou pro banco de trás e disse:
- Você conhece o "Ditongo" ?
- Claro desde 1970. Estudou comigo.
- Esse mundo é pequeno mesmo. Ele foi meu sócio em um Quiosque lá em Sepetiba antes de eu vir para praça. Ah ! Vou visita-lo tambem.
Sem saber o quê fazer fiquei atônito, eu já aparecendo sem avisar ia ser uma surpresa, imagina eu chegando com um suposto ex sócio de um quiosque, e sabe-se lá como terminou essa sociedade.
Fiquei de saia justa, ou melhor calça curta.
Fazer o quê ?
Contar com a sorte.
Deixei rolar, e chegando na Andre Cavalcanti subindo para Santa Teresa, o motorsita ia gritando: Ditongo, cada você seu filha da puta ? Aparece aí, o viadinho !
Eu pensei comigo, fudeu !
Deve estar devendo horrores para ele, ou traiu ele com a esposa dele.
Mil coisas na minha cabeça e ele não apara de chamar o Ditongo.
Chegando na porta da dita casa do Ditongo, ele estacionou o táxi e me acompanhou até o portão.
Tocou a campaínha e disse:
- Esse Ditongo hoje vai ver o que é bom prá tosse.
Eu respirei fundo e disse e eu vou ver o que bom pra deixar de trouxa sair dizendo os nomes dos amigos.
Veio uma senhora idosa atender a porta.
O taxista falou por mim.
- Avisa ao Ditongo que ele tem visita das boas, diz que "Cumpadi Gringo Star".
Carama ! Pensei que o apelido do Ditongo fosse original mas do taxista ganhou de sobra, veja só GRingo Star. Essa é boa.
De longe da Porta podia se ouvir os passos do Ditongo chegando até lá.
Quando se viram, foram mais de dez minutos de: quanto tempo, por onde você andou, e a familia, você esta mais gordo, e os meninos,
e as coisas, como é que tá tua gastrite, ta comendo a Gilda ainda, etc
Eu ali quieto.
Dando momento, o taxista Gringo Star, olhou para mim e me apresentou ao Ditongo.
- Ditongo, esse é o passageiro que eu peguei...
Me estendeu a mão e disse:
- Ele não demora nada já vai levar o senhor à seu destino.
Respondi prontamente.
- Até meia noite aínda é o mesmo dia.
- Mãeeeeeeeeee, tras água que o Gringo Star está morrendo de sede.
E o Ditongo nos despachou ali mesmo, depois de servir a água e já fechando a porta na nossa cara.
O taxista fez a manobra e me perguntou pondo a cabeça de fora da janela do taxi.
- Vai pra onde, chefe ?
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