O VOO DO BEIJA-FLOR....

O voo do beija-flor.

Das cores do arco-íris, de todas as íris das mais belas mulheres, não há nada tão belo quanto o colibri que ostenta suas asas ligeiras e encanta as belas matas e jardins! Lembro-me bem de quando avistei um casal minúsculo de beija-flores, de asas cintilantes, azuis como o céu, em um raro momento de sossego, repousando sobre os arbustos de uma pequena árvore... Como que hipnotizada, a própria natureza admirava-se e maravilhava-se com as belas criaturas pintadas à mão, por obra, talvez divina ou quase celestial de um artista, Deus! A paisagem era retratada por pinceladas tão delicadas como os toques mágicos de quem acaricia o rosto formoso da amada! A vida sempre tem seus encantos... Tempos atrás... vinte anos talvez, via-se na mata em final de tarde, ao anoitecer, pontos reluzentes de vaga-lumes clareando cada ponto... era como uma sinfonia musical formada por sapos e grilos, coroada por luzes e mais luzes noite adentro! Ah! Saudades!... Em campos floridos... borboletas se atropelavam em vôos instantâneos e nas acrobacias inimagináveis! Realidade!... Como se engolidos pelo tempo, beija-flores, borboletas e vaga-lumes deixaram marcas e estão se tornando vagas lembranças para as pessoas de tempos atrás... Um tempo nem tão distante e que me assusta! Penso nas crianças de hoje, sem campos floridos, exceto os das praças ou reservas..., sem os encantos do passado, nem tanto para sonhar e imaginar, nem animais e flores em abundância... Hoje, temos o medo, as edificações de concreto por todos os lados e a saudade, muitas saudades! Tudo no mundo está passando para o tecnológico, tudo está virando virtual! Loucura?! Não! Realidade?! Você quer ver o vôo do beija-flor?! Acesse o Google, meu filho e de quebra encontre as belas borboletas de 1960, 70... e fim! De vaga-lume você poderá encontrar músicas, letras, downloads... Não pensem que sou contra a tecnologia; aliás, não temos como viver sem ela! Mas, cabe uma reflexão...! O que mais deixaremos de ver daqui a cinco anos, dez, vinte!? Baleias?! Pombas?! Pardais?! Abelhas?! Gente?! Seriam tantos os exemplos sem respostas certas! Entristeço-me porque meus filhos nunca brincaram de bats como eu brincava nas ruas; nem mergulharam em riachos e pequenas lagoas para se refrescar do calor tropical nesse clima abençoado! O que mais vamos perder?! Quanto conforto a mais vamos ter?! Tudo é uma questão de ver como voa o beija-flor! Pense!