Desculpa esfarrapada
Está longe de nossos propósitos afirmar que o nome das pessoas exerce influência sobre o seu comportamento, sabendo tratar-se de um assunto polêmico.
Edgar, o nosso personagem aqui, dizia que o seu nome era adequado para quem tem garra e, por isso, pronunciava "Edgarra" e não Edgar.
Era bom de bola porque tinha garra. Por esta mesma razão conseguiu um bom emprego e conquistou algumas posições de destaque.
Não poderia ser tachado de medroso, nem de corajoso. Ora era uma coisa, ora era outra coisa.
Envolvia-se em aventuras perigosas e passava a idéia de ser uma pessoa destemida. No entanto, lá no íntimo, curtia medo, muito medo, mas não mudava o comportamento causador do medo. É o que os cientistas chamam de masoquismo.
Na sua rua, lá adiante, morava uma mulher linda, de olhar dengoso que já levara a óbito mais de uma pessoa pela ação do revólver do respectivo maridão que mantinha a consorte adúltera para justificar seus homicídios.
Edgar, apesar de saber de tudo isto, estava se envolvendo com aquela mulher. O maridão facilitava as coisas fazendo pequenas viagens.
Numa dessas viagens, quando ele voltou, estava a mulher quase na hora dos finalmentes com Edgar, e ela, ao reconhecer a buzina do carro do marido, fez a encenação dizendo: meu marido chegou...e agora?
Edgar propôs esconder-se no guarda roupas, ao que ela informou: ele já matou dois aí.
Edgar resolveu espiar da janela que era num primeiro andar, e , nú como estava, encostou-se à janela.
A mulher temendo a possibilidade de o marido matá-la também, resolveu jogar o Edgar na rua e o fez no exato momento em que passava por alí uma multidão de pessoas correndo uma maratona e, logo adiante, um dos maratonistas perguntou: ha quanto tempo você corre nesta maratona?
_Ha muito tempo.
_Mas, nuzão desse jeito?
_É por causa do calor.
_E esta camisinha aí no pinto?
_É por causa da gripe suína, não me arrisco...
Valdívio de Oliveira Correia, 13/08/2011