Ditinho na Botica
Manhã de sol, férias, Ditinho acordou lá pelas tantas, tomou seu lanchinho, beijou a mamãe e saiu sentido o campinho. Opa...
“Ditinho, Ditinho, volta aqui filho leva este lanchinho aqui pro seu tio lá na farmácia, leva”.
“E mãe tudo eu, tudo eu, tá bom”.
“Vai com Deus filho”.
Ao chegar à farmácia Ditinho entrou e foi logo colocando o embrulho em cima do balcão, male male disse um rápido bom dia tio, e antes que pisasse na rua, tio Vasco chamou...
“Ditinho espera um pouquinho ai que o tio quer falar um negocio com você”.
“A meu Deus é hoje que eu não tenho paz”.
“Que isso menino, veja só, assim que fala com o titio”.
“Desculpa tio só estou brincando, pode falar”.
“Ditinho eu preciso que você fique aqui tomando conta da farmácia por alguns minutinhos, e se chegar alguém você diz que eu já volto, ta bom”.
“Oba, ta bom tio”.
“Não mexa em nada ta”.
Bom o caso é que não se passaram nem dois minutos que tio Vasco saiu e chegou um sujeito baixinho com os olhos esbugalhados e tossindo feito doido. Ditinho assustado olhou aquele ser estranho entrando desesperado e debruçando no balcão, o homem apontava para prateleira, tentava falar algo, mas a tosse não deixava. Ditinho até que tentou acalmar o sujeito pedindo para esperar só um pouquinho, pois seu tio logo voltaria. Sem sucesso o homem estava desesperado, continuava apontando para prateleira, já quase subindo no balcão. Foi ai que Ditinho num ato de coragem pegou o banquinho subiu em cima segurou um vidro de remédio mostrou ao impaciente que com a cabeça se mostrou interessado no composto.
O rapaz pegou o vidro, abriu rapidamente e despejou a solução goela abaixo, colocou algumas moedas no balcão, fez um sinal de agradecido e saiu...
Passaram-se exatamente três minutos e tio Vasco voltou, entrou no estabelecimento e foi logo perguntando para o sobrinho...
“Tudo bem Ditinho”.
“Tudo calmo tio, toma aqui essas moedas, eu vendi um remédio ali para aquele homem que está ali encostado na árvore”.
“Como menino vendeu? Eu não falei pra você não mexer em nada?”.
“Sabe o que é tio, ele entrou aqui tossindo muito e quase pulou o balcão, daí eu decidi ajudar, antes que ele quebrasse alguma coisa, eu dei o remédio que ele pediu...”.
“E que remédio ele pediu?”.
Ditinho subiu então no banquinho, pegou outro vidro igual e disse...
“Esse aqui”.
“Ai meu Deus você deu pro homem purgante”.
“Olhe tio o que eu dei pro homem, eu não sei, o que eu sei é que ele estacou ali naquela árvore... e não deu mais nenhuma tussidinha. Posso ir brinca?”.