Cascas e raízes

Ô minino vem cá,

Pegue essa meota

Coloca no imborná

Ispindura na cacunda

Vê se não resmunga

Senão lhe dou umas parmadas na bunda.

E vai ligeiro no vendeiro sem delatar,

Que vou cuspir no chão pra marcar!

E iante que seque, quero você aqui pra palavra moiá.

Vai no biongo de cumpadi Tacilo,

...Ande logo Neo, vai minino!

Diga a ele que quero queimar o dente,

E hoje não vai ser o de sempre.

Ainda num sei se vou de carqueja, junça ou puejo.

Pode ser que tome um fedegoso uma losna,

Vai gravano e vê se num esquece minino!

...Ah, já sei!!

Cê me traz hoje um quinino,

Marga pra danar!

Mas ouvir falar que é um santo remédio.

Cura até o tar do tédio.

...Uma ocasião ouvi falar

Que um caboclo aí que tomava quebra-pedra pra miorar os rins,

Seguiu tão a risca o medicamento, que istiorou o fígado!

É bom às vezes não facilitar inventado história só pra beber.

...É de lascar!

Por isso que às vezes quebro um jatobá.

Quem falou foi seu Benício,

Num era de menti.

Nem tinha artifíci.

Mas apreciava raízes curtidas na cachaça.

A diversidade e seus benefíci,

Segundo a crença popular.

E com isso neo (fiinho) se divertia.

E todas as vezes que era convidado a comprar uma meota,

Fazia questão de uma por uma perguntar.

Luiz Brandão
Enviado por Luiz Brandão em 13/07/2011
Reeditado em 13/07/2011
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