ARIOVALDO

Compadre Ariovaldo, muitos anos já passados estreitou nossa amizade.E te falo sem errar, certeza trago no peito, nunca te fiz um desfeito. No entanto venho agora, a correr léguas de horas com meu coração na mão, na algibeira o facão. Bastará uma palavra, dita por você compadre, pra acalmar minha aflição.

O compadre Herculano não se aparenta bem, entre sente e me conte o que o amigo tem. Tanto tempo é passado, me aparece o compadre desse jeito aperreado e trazendo o facão. Que palavra quer que eu diga? Eu repito ela mil vezes prá que fique sossegado. Eu te vendo amuado faz meu coração sangrar. Nosso laço é de amizade e no céu foi consagrado nos batismos do altar.

Não é muito que tenho pra falar, mais me de o de beber para a boca refrescar. Nas estradas comi pó na carreira de chegar, água fresca da moringa eu preciso me fartar.

Herculano me desculpe minha falta de atenção, eu devia de saber do que tu tem precisão. Trago água mais café, trago queijo e trago pão, algo mais que você queira só pedir que dou na mão.

Compadre Ariovaldo só de água é que preciso, água fresca da moringa vinda de terra profunda. Nada mais me apetece no momento que acontece. Pode ser que logo mais eu aceite teu café. Vamos ver o que acontece, dependendo da palavra que o compadre me disser. Ou quem sabe nunca mais um de nós tome café. Nosso assunto é muito sério, envolve minha mulher. Eu preciso ter certeza se o que falam é verdade. Diz que diz que todos falam, em toda rua da cidade.

Muito estranho o teu falar meu compadre Herculano. Me conte tudo ao voltar, vou lá dentro pra pegar água pra te refrescar. Se não tendo na moringa do poço vou baldear. Não fique preocupado se um pouco eu demorar.

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Mais que água demorada o compadre foi pegar, pode assim ficar tão longe o poço de baldear?
Assim eu morro de sede antes da água chegar.
Só espero mais um dia, faz dois que to a esperar.



 
Yamãnu_1
Enviado por Yamãnu_1 em 23/06/2011
Reeditado em 07/10/2011
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