O olhar superior
No olhar dele tem um tom vazio e ao mesmo tempo inquisidor. Ele te olha com um sorriso tímido e se você se foca nesse olhar, ele desvia deste. É puro, cálido, cheio de ternura e mesmo assim bem “aéreo”.
Um menino. Devia ter doze ou treze anos, ficava estático do lado da mãe olhando o mundo e todos nele com os mesmos olhos fascinados e fascinantes.
O que senti, o que sei é curto. O menino era autista. Isso me levou a pensar o quanto pode ser diferente a visão que ele tinha do mundo. Vi tanta inocência, tanto amor, deve ser a pureza intocada. A partir deste dia não pude mais sentir pena ou dó de qualquer pessoa que tenha esse tipo de deficiência. Senti inveja. Aos olhos dele, o mundo parecia ser perfeito
Texto de Gustavo Santiago (eu apenas o intitulei)