Mais uma história...(Parte 1)
Aos olhos dos velhos, é um velho problema. Mas não sou velho, o acontecido foi novo para mim.
Eu, sujeito desbocado, sempre palhaço, a todos provocava. Na Faculdade tentava transformar o que estudava em diversão. Enfim, levar a sério não tinha a ver comigo em âmbito nenhum de minha vida.
Continuava com minhas palhaçadas em casa, na Facul, no trabalho, até que uma colega que eu muito considerava teve que se mudar de cidade, fizemos uma festa de despedida para ela, eu como sempre animei a festa com minhas piadas. Acho que eu conseguia não ser desagradável com meu jeito, as vezes, rsrsrs...A espectativa estava em que iria substituir a Katia. O encarregado do setor entrevistou várias pessoas, algumas fizeram testes, mas conseguir alguem a altura de Katia era difícil! Na sexta-feira me despedi dos colegas, e fui pra casa. Liguei para a namorada e saímos...na segunda-feira quando cheguei, havia um tumulto sutil no escritório, uma nova funcionária. Também fiquei curioso por conhecê-la, mas não quis demonstrar isso a ela. O encarregado bateu na porta do meu setor e apresentou a nova colega de trabalho.
-Pessoal, bom dia! Esta é Mel, ela vai trabalhar aqui.
Todos encararam com extrema naturalidade a vinda de Mel, receberam-na cordialmente, mas eu...não consegui! Gostei dela também, e esse foi o motivo, nunca fiquei tão abalado por conhecer alguém. Fiquei quieto, apenas estendi a mão (Trêmula) para cumprimenta-la. Todos estranharam, eu, quieto, sem nenhuma piada, ou gracinha.Não dei bola para os comentários e continuei trabalhado. Não bastou me senti tão deslocado na presença dela, no outro dia, na reunião do Mês do setor, o encarregado pediu para que eu auxiliasse Mel no que fosse preciso, eu me predispus respeitosamente e quando olhei para ela, vi-a rosar. Nããão, me convenci de que o que vi foi uma má interpretação dos fatos, tinha muita gente na sala, e sua vermelhidão podia ter vários outros motivos dos que minha estranha mente queria conceber. A partir deste dia, nos trabalhávamos juntos, todos os dias. E como Mel era divertida, não por saber contar piadas, ela era inteligente, no momento certo o sarcasmo dela era incrível. Riamos de suas ironias como dois confidentes, somente entre olhares entendiamos o que queriamos falar. Desta troca de olhares, não me lembro quando nem como, a nossa ligação se tornou mais forte. Eu realmente precisava vê-la. Precisava conversar com ela. Por um tempo fiquei confuso quanto ao meu relacionamento com minha namorada, minha crescente admiração por Mel, meus constantes pensamentos sobre seus gostos. Mas tratei com descaso, pois Mel nunca deixou explícito nada, além do mais, ela me confidencio que era "Bi" gostava também de garotas. Achei um barato...(continua)